RBN, 18/09/2024
Por Alex Dhaliwal
Uma em cada 25 mortes (4,18%) no Canadá em 2022 foi causada por suicídio assistido, um aumento de treze vezes desde 2016. A legislação para incluir doenças mentais irreversíveis está atualmente sendo debatida na Câmara dos Comuns.
Um think tank canadense está soando o alarme após classificar o programa de assistência médica para morrer (MAID) do país como o que mais cresce no mundo.
Quando o MAID se tornou legal em 2016, 1.018 canadenses utilizaram o procedimento. Seis anos depois, levou à morte de 13.241 canadenses, superando rapidamente os números de países semelhantes.
Como porcentagem de todas as mortes no Canadá, a eutanásia representou 4,18% das mortes em 2022, um aumento de treze vezes em relação a 2016, de acordo com um novo relatório do Cardus, um think tank.
“O suicídio assistido claramente não era para se tornar uma forma normal de morrer... Apesar das alegações ou expectativas de juízes e legisladores, o MAID não é mais uma opção de último recurso”, afirma o relatório.
Para comparação, nos seis anos após a legalização da eutanásia em países semelhantes (2003-2009), as mortes aumentaram apenas 3,4 vezes na Bélgica, 1,5 vezes na Suíça e 1,4 vezes nos Países Baixos, conforme relatado pelo Hub.
A eutanásia representou 1,96% das mortes nos Países Baixos, 0,79% na Bélgica e 0,48% na Suíça.
“A assistência médica para morrer pode representar riscos reais e... não queremos promover a morte prematura como solução para todo sofrimento médico”, disse a então ministra da Justiça, Jody-Wilson Raybould, à Câmara dos Comuns quando o procedimento estava prestes a ser legalizado em 2016.
Após a legalização do MAID, um tribunal de Québec expandiu o acesso depois de declarar inconstitucional a cláusula de “morte razoavelmente previsível”.
Em 2021, o governo de Trudeau permitiu que qualquer pessoa com "uma doença grave e incurável, doença ou deficiência" que estivesse "em estado avançado de declínio irreversível" tivesse acesso ao MAID — exceto doentes mentais.
Três em cada cinco canadenses (61%) apoiam a legislação atual, segundo uma pesquisa anterior da Angus Reid realizada com o Cardus. Esse número caiu para 31% quando o procedimento foi oferecido a pacientes com doenças mentais irreversíveis.
Em maio de 2022, o Ministério da Saúde do Canadá extrapolou que as mortes por suicídio assistido não constituiriam 4% das mortes anuais até 2033.
Em 2 de fevereiro de 2022, o Ministro da Saúde, Mark Holland, apresentou o Projeto de Lei C-39, adiando a expansão do MAID para canadenses cuja única condição subjacente é um transtorno mental.
Inicialmente, pessoas elegíveis poderiam ter acessado o MAID a partir de 17 de março do ano passado, mas o governo federal estendeu o período de exclusão temporária até 17 de março de 2024. Isso também foi adiado. A questão ainda está em debate na Câmara dos Comuns no momento.
Muitas pessoas expressaram preocupações com a expansão do procedimento para incluir doenças mentais. O apoio a canadenses com transtorno de estresse pós-traumático (23%) ou depressão severa (22%) para acessar o procedimento é baixo.
O Québec, seguido pela Colúmbia Britânica, teve o maior aumento de suicídios assistidos no Canadá. Entre 2016 e 2022, as mortes por MAID no Québec aumentaram de 494 para 4.801. Na Colúmbia Britânica, o número subiu de 194 para 2.515.
Em 2022, as mortes por eutanásia, como porcentagem do total de mortes em cada província, foram de 6,5% e 5,5%, respectivamente.
A coleta de dados sobre mortes por eutanásia varia entre as províncias, assim como as salvaguardas provinciais. Algumas agências governamentais registram as mortes por MAID, mas as classificam como “mortes naturais”, enquanto outras omitem qualquer referência ao MAID.
Em 2022, o MAID matou mais canadenses do que todas as outras causas, exceto acidentes, COVID-19, doenças cardíacas e câncer.
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Fonte:https://www.rebelnews.com/canada_fastest_growing_assisted_suicide_program
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