BU, 26/09/2024
Por Abigail Opiah
A América Latina e o Caribe têm aproveitado a tecnologia para melhorar os serviços públicos, impulsionar o crescimento econômico e aumentar a segurança, com a infraestrutura digital pública (DPI) no centro dessas iniciativas. Isso inclui o desenvolvimento de um sistema nacional de identificação digital e a digitalização de setores públicos essenciais, como saúde e educação.
Uma pesquisa recente do Banco Mundial revelou que 88% dos entrevistados estavam cientes da DPI, embora muitos tenham sido apresentados ao conceito recentemente.
De acordo com o Banco Mundial, as abordagens de DPI em ambas as regiões estão alinhadas com os padrões internacionais emergentes, mas possuem pontos fortes distintos. Um exemplo disso é o setor de assistência social, onde os países latino-americanos e caribenhos têm implementado programas de transferência de renda em larga escala.
Um impulso digital
Especificamente na Guiana, o governo atual, liderado pelo partido PPP/C, lançou um plano para implementar governança eletrônica, aproveitando a tecnologia digital para transformar setores-chave, como saúde, educação e transporte.
O vice-presidente Bharrat Jagdeo destacou que a agenda digital da Guiana não se trata apenas de modernização, mas de criar benefícios tangíveis para os cidadãos, particularmente em termos de conforto, segurança e oportunidades econômicas. O plano do governo envolve a digitalização de serviços públicos essenciais. Jagdeo enfatiza que, ao melhorar o acesso aos serviços por meio de plataformas digitais, o governo pode atender melhor às pessoas tanto nas áreas urbanas quanto remotas, garantindo uma distribuição mais equitativa de recursos, conforme relata o DPI.gov.
Um elemento da agenda digital da Guiana é a introdução de cartões de identificação digital biométricos. O governo destinou $783,4 milhões para o lançamento de um sistema nacional de identificação eletrônica, segundo o Guyana Chronicles.
O projeto, concedido à empresa alemã Veridos, está avaliado em $35,4 milhões e fornecerá aos cidadãos cartões modernos de identificação biométrica. Esses cartões de identificação digital reduzirão o roubo de identidade e atividades fraudulentas, além de simplificar o acesso a uma ampla gama de serviços, desde saúde e educação até serviços bancários e benefícios sociais.
Alcançando comunidades remotas
Um dos desafios que a Guiana enfrenta é garantir que a transformação digital chegue às suas áreas mais remotas, especialmente o interior e as comunidades rurais. Para enfrentar isso, o governo fez parcerias com organizações internacionais, como a NRD Companies, para lançar o programa de acesso a TIC e serviços eletrônicos para as comunidades do interior, com o objetivo de fornecer internet e plataformas de governo eletrônico a áreas carentes.
Crescimento econômico através da digitalização
A transformação digital também é esperada para impulsionar a economia da Guiana, à medida que o país passa por uma modernização em seu setor público e indústrias, por meio de vários projetos em andamento.
O projeto de vigilância biométrica do país, que está instalando câmeras inteligentes de alta resolução em várias regiões para vigilância 24 horas, usa software preditivo para identificar áreas de risco de crimes e apoiar a aplicação da lei. Além disso, dados biométricos, incluindo reconhecimento facial, estão sendo integrados em um banco de dados central para fortalecer a segurança nacional, segundo o St Kitts and Nevis Observer.
No setor de saúde, o governo está avançando com a digitalização de prontuários médicos, com a implantação de um sistema eletrônico de registros médicos. Os aeroportos da Guiana também estão prestes a adotar processos totalmente automatizados e sem papel até o final de 2024, o que incluirá triagem biométrica e portões automatizados.
Além disso, cartões de identificação eletrônicos (e-IDs), incorporados com recursos de segurança, em breve se tornarão obrigatórios para cidadãos e residentes.
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