Euronews, 12/06/2024
O submarino nuclear russo Kazan atracou no porto de Havana juntamente com a fragata lança-mísseis Gorshkov. Os EUA seguem estas movimentações de perto.
Uma frota de navios de guerra da Rússiaatracouem Havana esta quarta-feira. Os navios que levam o estandarte de Santo André – a bandeira da marinha russa - estão a ser observados de perto pela marinha norte-americana, particularmente interessada em ver de perto a capacidade militar da frota rival.
O grupo é composto por duas jóias da coroa da Marinha russa: o submarino de mísseis de cruzeiro de propulsão nuclear Kazan e a fragata de mísseis Admiral Gorshkov. Nenhum deles transporta armas nucleares.
Dois navios auxiliares, um petroleiro e um rebocador de salvamento, apoiam as duas unidades de combate marítimo.
Jogos de guerra sob o sol das Caraíbas
A caminho de Cuba, mostraram o seu poderio militar naval. Os navios realizaram exercícios "sobre a utilização de armas de mísseis de precisão no Oceano Atlântico", anunciou o comandante da Marinha da russa, Alexander Moiseyev.
Este regresso da presença militar russa a Cuba está a decorrer sem grandes incidentes e é bem acolhido pelo regime de Havana. Acontece após anos de isolamento, após o fim da União Soviética, em 1989, ano em que o líder soviético Mikhail Gorbachov visitou a ilha.
Durante o exercício, as tripulações da fragata e do submarino de propulsão nuclear praticaram a utilização de armas de mísseis de alta precisão através de modelos informáticos contra alvos marítimos, que indicam grupos de navios do inimigo condicional e estão localizados a uma distância de mais de 600 quilómetros.
De acordo com fontes do Ministério da Defesa russo "os navios passaram a algumas dezenas de quilómetros da costa da Florida".
Caça aos submarinos ao largo de Miami
A Marinha dos EUA tem estado a seguir o rasto do submarino nuclear com o avião "caçador de submarinos" P-8 Poseidon.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cuba informou que os navios de guerra russos vão permanecer em Havana até esta segunda-feira, 17 de junho, referindo que nenhum deles transportará armas nucleares e assegurando que a sua presença "não constitui uma ameaça para a região".
Havana quer evitar qualquer paralelo com a crise dos mísseis cubanos de 1962, quando a tentativa soviética de instalar ogivas nucleares na ilha dominada pelos comunistas, a apenas 150 quilómetros do território continental dos EUA, colocou o mundo à beira da Terceira Guerra Mundial.
Esta não é a primeira vez que a Rússia envia os navios de guerra para as Caraíbas. Mas a visita seguiu-se ao aviso de Putin de que Moscovo poderia responder à decisão dos aliados ocidentais da Ucrânia de permitir que Kiev utilize as suas armas para atingir alvos na Rússia. Como parte desta resposta, Putin disse que a Rússia pode fornecer armas semelhantes aos aliados em todo o mundo.
Esta frota militar é também uma missão de diplomacia pública marítima dirigida ao Sul Global. O Kremlin está preocupado em exibir o seu poder naval após os golpes infligidos pelos drones marítimos ucranianos à frota do Mar Negro.
Artigos recomendados: Cuba e AL
Nenhum comentário:
Postar um comentário