PP, 16/05/2024
Por Gabriel Moreno
As investigações centram-se em Hatem Ahmad Barakat e nos seus dois filhos, Ali e Maysaa, depois de o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos ter incluído a família na “lista de sancionados”, por realizar negócios que supostamente apoiam a organização armada muçulmana e o tráfico internacional de droga.
O Ministério Público chileno realiza secretamente uma investigação contra empresas de propriedade de libaneses que operam na Zona Franca de Iquique (ZOFRI), no norte do país, por manterem transações bancárias suspeitas que serviriam para financiar a organização terrorista Hezbollah.
As investigações centram-se em Hatem Ahmad Barakat e nos seus dois filhos, Ali e Maysaa, depois de o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos ter incluído a família na “lista de pessoas sancionadas” por realizar negócios que supostamente apoiam a organização armada muçulmana e internacional da droga. tráfico.
A Receita Federal do país sulista detectou as irregularidades das empresas Barakat e, por isso, classificou-as com alertas de categoria “alta”, por possível lavagem de dinheiro, segundo informações coletadas pela ExAnte.
Segundo a instância, o comerciante libanês registra movimentos frequentes por via terrestre. Ressalta ainda que sua empresa usuária da zona franca emite faturas de venda de suas mercadorias em nome de compradores que não têm capacidade econômica para adquiri-las, considerando seu perfil socioeconômico e os elevados valores faturados.
Além disso, a mídia em questão revela que a empresa de Barakat tem uma incapacidade logística para armazenar as mercadorias que aparecem nos seus inventários, e ainda destaca que vende produtos de origem estrangeira a preços inferiores aos do mercado, cujos canais de distribuição estão concentrados no setor informal.
Um assunto sério
As autoridades fiscais chilenas suspeitam que as operações comerciais da Barakat se destinam a ocultar a verdadeira natureza, origem, localização, propriedade ou controle de fundos e ativos obtidos ilegalmente. Para fazer isso, introduzem ativos ilícitos na economia, dando-lhes uma aparência de legitimidade através do uso de atividades legais.
A Unidade de Análise Financeira da Procuradoria chilena recolheu as provas necessárias, mas “quando se trata de uma investigação confidencial ou de natureza grave, o Ministério Público não pode confirmar ou negar a sua existência, especialmente em casos desta magnitude”, declarou o procurador. nacional, Ángel Valencia.
“Este tipo de assuntos são sempre mantidos em sigilo até que, por conveniência ou utilidade da investigação, sejam tornados públicos”, afirmou.
Contudo, o resultado da investigação parece previsível, porque o Ministério Público do Paraguai condenou quatro funcionários do Instituto Nacional de Desenvolvimento Rural e Fundiário (Indert) por fraude e falsificação de instrumentos públicos.
Governo em alerta
No governo de Gabriel Boric descarta-se a presença do Hezbollah no Chile. Do Ministério do Interior insistem que “a presença potencial de grupos terroristas internacionais, o governo e as organizações de segurança e inteligência monitorizam e trocam constantemente informações com países amigos é uma questão de preocupação permanente, que não surgiu agora”.
De fato, na Comissão de Segurança da Câmara, a Ministra do Interior, Carolina Tohá, sublinhou que “não foi detectada nenhuma ameaça do Hezbollah no Chile”, embora tenha em mãos um relatório do Ministro da Segurança desde o final de abril, da Argentina, Patricia Bullrich, que aponta o contrário.
Além do discurso, La Moneda admite que solicitou informações aos organismos correspondentes a nível nacional e internacional para aprofundar o caso.
Há fatos que levantam dúvidas, entre eles, a prisão dos iranianos Ali Bagheri e Abolfazl Delkhan, quando ambos tentavam sair do Chile com passaportes falsos. Nenhum deles conseguiu embarcar no voo BA251 da British Airways que os levaria a Londres, fazendo-se passar pelos ingleses Jack Joseph Holliday e Frasr James Alisson. A equipe de imigração os descobriu e ordenou sua prisão.
As medidas impostas a ambos são o cumprimento das raízes nacionais, a prisão domicilir noturna e a proibição de manterem comunicação entre si. No entanto, estas medidas não são muito convincentes quando o endereço declarado Bagheri, rua El Olimpo na comuna de Maipú, corresponde ao local que aparece ligado aos movimentos do Hezbollah desde 2017 nos relatórios dos Carabineros.
A justiça argentina, por outro lado, já responsabilizou o Hezbollah e o Estado do Irã pelo ataque terrorista à Associação Mútua Israelita Argentina (AMIA), ocorrido em 18 de julho de 1994 em Buenos Aires, que deixou 85 mortos e 300 feridos.
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