Euronews, 15/05/2024
Seis meses após as eleições nos Países Baixos, Geert Wilders e três outros partidos de direita chegam a acordo. Wilders poderá anunciar o novo primeiro-ministro já esta quinta-feira.
Apenas seis meses após as eleições legislativas nos Países Baixos, o populista radical de direita Geert Wilders e três outros partidos de direita chegaram a acordo sobre uma nova coligação. O anúncio foi feito por Wilders em Haia, esta quarta-feira, avança a AFP.
O político anti-islão e líder do Partido pela Liberdade (PVV) vai formar uma coligação com o Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD), do primeiro-ministro cessante Mark Rutte, os centristas do Novo Contrato Social (NCS) de Pieter Omtzigt e ainda os populistas do Movimento Agricultor-Cidadão (BBB), abrindo a perspetiva de que mais uma nação da União Europeia se incline para a extrema-direita, semanas antes das eleições europeias.
Wilders anunciou que os quatro partidos chegaram a um acordo de negociação. Esta quarta-feira já havia afirmado que não espera tornar-se primeiro-ministro, porque continua a ser considerado "demasiado extremista" pelos parceiros de coligação, mas que o seu Partido da Liberdade será a força motriz da coligação. Com grande probabilidade, o primeiro-ministro será um tecnocrata fora do sistema partidário neerlandês: "Tem de ser uma figura capaz de unir", disse Omtzigt.
O acordo de coligação vai agora ser avaliado pelos deputados de base dos vários partidos envolvidos, antes de ser anunciado um governo.
O Partido de Wilders obteve 37 lugares entre os 150 que compõem a câmara baixa do parlamento neerlandês. Os quatro partidos juntos detêm uma confortável maioria de 88 lugares.
Depois de duas décadas na oposição, Wilders parecia ter uma hipótese de liderar uma nação que há muito se orgulhava da sua sociedade tolerante, mas preferiu afastar-se no interesse de fazer avançar a maior parte da sua agenda.
Os Países Baixos juntam-se assim ao lote de países europeus onde a extrema-direita ou os populistas governam ou fazem parte do governo, grupo que inclui a Itália, a Hungria, a Eslováquia, a Croácia ou a Finlândia.
Com as eleições europeias à porta, espera-se que estas fações saiam reforçadas na próxima composição do Parlamento Europeu. Isso é notório em países como Portugal, onde o Chega deverá, pela primeira vez, eleger deputados para Estrasburgo.
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