Bélgica e Hungria lançam IDs digitais controversas e passaporte de vacinação antes das regulamentações da UE

RTN, 17/05/2024 

Por Didi Rankovic 

Bélgica e Hungria estão liderando o caminho no lançamento de carteiras de identidade digital antes da regulamentação eIDAS (“identificação eletrônica e serviços de confiança”) 2.0 da UE e da Carteira EUDI, que entrarão em vigor no final deste mês.

Na Bélgica, o aplicativo MyGov.be, que abrange todos os serviços públicos federais do país, foi lançado na terça-feira, com o governo promovendo a identidade digital como uma forma de “simplificar” o uso de seus serviços e “tornar a vida mais fácil”.

Em outras palavras, as autoridades estão jogando com a conveniência – enquanto minimizam os riscos que vêm com esse tipo de centralização das identidades das pessoas.

A carteira, através da caixa de correio “eBox”, dá acesso a documentos emitidos pelo governo, bem como a 683 serviços, dados de identidade, registros de vacinação contra a Covid e mais.

No entanto, o sucesso do esquema está longe de ser garantido – por um lado, não é obrigatório, então as pessoas são livres para decidir não usá-lo.

De acordo com uma pesquisa de opinião realizada pela Deloitte no ano passado, “71 por cento dos belgas não querem uma identidade digital em seus telefones”, relatam fontes, acrescentando que a mesma pesquisa mostrou que 79 por cento “não querem uma carteira de motorista móvel, enquanto metade se recusa a digitalizar completamente suas identidades”.

“Facilidade de uso” também é como a identidade digital é promovida na Hungria, onde o aplicativo apropriado estará disponível para download ainda esta semana, enquanto o serviço estará totalmente operacional a partir de setembro.

Relatos entusiásticos sobre este desenvolvimento descrevem o programa de identidade digital como “inovador”, “prático” e “economizador de custos”.

Ao mesmo tempo, colocar todos os dados de uma pessoa em um só lugar e armazená-los na nuvem é anunciado como algo positivo, em vez de algo assustador – apenas do ponto de vista da segurança, como consideram os opositores.

A operação é centralizada através do Programa de Cidadania Digital da Hungria. Usuários da carteira terão todos os seus documentos administrativos, etc., em um só lugar, além de uma caixa de correio digital, seu passaporte de vacinação, e poderão contar com uma assinatura eletrônica pan-UE, enquanto os pagamentos eletrônicos serão “totalmente integrados”.

O esquema de identidade digital da Hungria utiliza dados biométricos obtidos por meio de reconhecimento facial, para comparar o rosto do usuário “com um banco de dados do governo”.

Enquanto isso, alguns pesquisadores de segurança em outros países da UE estão alertando que até 75 por cento das organizações descritas como de alto risco (saúde, bancos, viagens aéreas...) “não utilizam o método de verificação mais forte”.

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Fonte:https://reclaimthenet.org/belgium-and-hungary-launch-controversial-digital-ids-vaccine-passport