RM, 05/04/2024
Por Gregory Adam
Radosław Sikorski revelou que os membros da OTAN decidiram estabelecer uma missão da OTAN na Ucrânia, mas insistiu que isso não significava que a OTAN estava entrando na guerra.
Os Estados membros da OTAN decidiram estabelecer uma missão conjunta na Ucrânia, não como meio de entrar na guerra, mas para usar as capacidades de coordenação, planejamento e treinamento da aliança para apoiar de forma mais eficaz o país devastado pela guerra, anunciou o Ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radosław Sikorski.
Sikorski insistiu que a OTAN estava planejando vários anos à frente e advertiu a Rússia para não subestimar a determinação da aliança em ver a Ucrânia sendo capaz de se defender.
"Como Aliança do Atlântico Norte, somos 20 vezes mais ricos do que a Rússia e podemos nos dar ao luxo de um conflito prolongado, se necessário", advertiu o Ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radosław Sikorski, durante uma coletiva de imprensa em Bruxelas, após uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da OTAN. "Seria importante para Putin entender que estamos planejando, se necessário, por alguns anos, e que ele não é capaz de vencer esta guerra em poucos meses ou mesmo em um ano, ou dois", acrescentou.
Os ministros também discutiram uma proposta de estabelecer um fundo especial de ajuda de cinco anos, no valor de US$ 100 bilhões, para a Ucrânia, destinado a sinalizar a prontidão da OTAN para apoiar a Ucrânia a longo prazo.
Sikorski observou que os US$ 100 bilhões representam um pacote significativo de financiamento, e que contribuir para o fundo proporcionalmente ao PIB é algo que vale a pena considerar. Embora nem todos os aliados possam concordar inicialmente, Sikorski vê a iniciativa como valiosa e acredita que um consenso pode ser alcançado por meio de negociações.
As decisões tomadas vêm na esteira de observações do presidente francês Emmanuel Macron, que, em uma cúpula sobre ajuda à Ucrânia, disse que os estados membros individuais da OTAN podem decidir enviar tropas à Ucrânia com base em acordos bilaterais, e mais tarde revelou que, caso as forças russas se aproximem de capturar Kiev ou Odessa, ele estava pronto para enviar tropas francesas à Ucrânia.
A decisão tomada na cúpula dos ministros das Relações Exteriores da OTAN ficou aquém de quaisquer declarações sobre o envio de tropas à Ucrânia, mas o que foi acordado é que a aliança teria uma presença que poderia facilitar tais movimentos no futuro.
A Rússia foi rápida em responder ao anúncio de uma missão da OTAN na Ucrânia, com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, dizendo que Moscou monitoraria de perto a movimentação.
A Rússia ameaçou no passado que o envolvimento de tropas da OTAN na Ucrânia significaria guerra entre Rússia e OTAN.
Artigos recomendados: Duda e Tusk
Nenhum comentário:
Postar um comentário