RTN, 19/04/2024
Por Didi Rankovic
Autoridades dos EUA supostamente buscaram portas dos fundos na criptografia do Telegram.
Aqui está uma manchete que surgiu na internet esta semana: "Governo dos EUA tentou espionar pessoas..." (… alguém, que por acaso é o fundador do Telegram, "afirma").
Que surpresa. Isso realmente é notícia? Na verdade sim – porque aqui, estamos vendo o oposto de clickbait – uma manchete contida, para dizer o mínimo, na mídia tradicional dos EUA, na tentativa de relatar algumas das coisas que o CEO do Telegram, Pavel Durov, disse durante sua entrevista com Tucker Carlson.
Ep. 94 The social media app Telegram has over 900 million users around the world. Its founder Pavel Durov sat down with us at his offices in Dubai for his first on-camera interview in almost a decade. pic.twitter.com/NEb3KzWOg8
— Tucker Carlson (@TuckerCarlson) April 16, 2024
Mas por trás dessa manchete há uma história bastante explosiva, mesmo que não surpreendente – de como países (na realidade, mais de um, mas neste caso, um é mencionado) veem a espinha dorsal da segurança e integridade da internet, ou seja – criptografia confiável e segura.
Resumindo – eles a veem como inimiga.
Durov, um russo agora detentor de múltiplos passaportes, baseado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e frequentemente aparentemente entrando em conflito com esforços de espionagem de governos (incluindo o russo) revelou durante a entrevista como o governo em Washington uma vez tentou "invadir o Telegram", como ele disse.
Mas na verdade, fazer isso com sucesso, dadas as características do aplicativo criptografado, significaria não apenas invadir o Telegram, mas quebrá-lo.
Durov falou especificamente sobre as atividades da agência de espionagem quando, segundo ele, tentaram recrutar um engenheiro que trabalhava em sua empresa, obviamente bem posicionado para escrever código de porta dos fundos de criptografia (malware por qualquer outro nome) com o propósito de – bem, quebrar o Telegram.
Da última vez que ele esteve nos EUA, Durov disse a Carlson, ele estava acompanhado por um funcionário do Telegram, "um engenheiro (...) e houve uma tentativa de contratar secretamente meu engenheiro pelas minhas costas por oficiais ou agentes de segurança cibernética."
Quais poderiam ter sido os objetivos das agências dos EUA, perguntou-se a Durov.
"Eles estavam curiosos para saber quais bibliotecas de código aberto são integradas ao aplicativo Telegram. Você sabe, no lado do cliente."
Isso, aliás, é uma "nota" muito importante feita por Durov – considerando que o código do lado do cliente do Telegram é de código aberto – mas o lado do servidor não é (e como sabemos, ninguém sabe, ou é responsável perante o público em geral para divulgar, o que acontece em relação ao código proprietário).
Mas ele continuou:
"Eles (as autoridades dos EUA) estavam tentando persuadi-lo (o engenheiro) a usar certas ferramentas de código aberto que ele então integraria ao código do Telegram que, na minha compreensão, serviria como portas dos fundos."
Quanto às "cartas" tanto de Democratas quanto de Republicanos (contraditórias em demandas – para revelar e para manter os dados privados) enviadas à empresa após 6 de janeiro, citando "violações da Constituição dos EUA", Durov disse que o Telegram "as ignorou" porque – "é um assunto tão complicado relacionado à política interna nos EUA."
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Fonte:https://reclaimthenet.org/telegram-founder-reveals-us-governments-alleged-covert-backdoor
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