BTB, 23/04/2024
ROMA – O Bispo Conservador Joseph Strickland, que foi deposto de sua diocese no Texas pelo Papa Francisco no ano passado, denunciou um "Vaticano corrupto".
"Insto todos os católicos fiéis a se manifestarem, já chega", escreveu o Bispo Strickland no X (antigo Twitter) na madrugada desta terça-feira, postando junto uma imagem de Jesus expulsando os cambistas do templo.
"Chega de pastores omissos, chega de um Vaticano corrupto, chega de blasfêmias e profanações de Jesus Cristo", continuou o bispo. "Vamos denunciar os chamados bispos que abençoam o pecado e escondem lobos entre as ovelhas. CHEGA!"
A última acusação quase certamente se refere ao vaivém do Vaticano sobre a questão das bênçãos para casais do mesmo sexo, trabalho do Cardeal argentino Víctor “Tucho” Fernández, que supervisiona o escritório doutrinário do Vaticano (DDF).
I urge all faithful Catholics to speak up, enough is enough. Enough with silent shepherds, enough with a corrupt Vatican, enough with blasphemies & desecration of Jesus Christ. Let us denounce so called bishops who bless sin & hide wolves among the sheep. ENOUGH! pic.twitter.com/EVQ20pEei9
— Bishop J. Strickland (@BishStrickland) April 23, 2024
O Cardeal Fernández reverteu a posição do Vaticano proibindo a bênção de casais homossexuais, apesar de uma declaração anterior de seu escritório de que a Igreja não tem autoridade para abençoar uniões do mesmo sexo, já que Deus "não abençoa e não pode abençoar o pecado".
Em novembro passado, o Papa Francisco tomou a decisão incomum de remover o Bispo Strickland - um conservador conhecido que tem sido crítico do papa – de seu cargo na diocese de Tyler, Texas.
O Vatican News disse que a decisão do pontífice de remover Strickland, de 65 anos, veio após uma "exaustiva" visita apostólica à diocese por dois bispos aposentados dos EUA que determinaram que "a continuação do cargo de Bispo Strickland não era viável".
A RAI News, estatal da Itália, relatou que a investigação sobre o bispo foi lançada como resposta a "suas posições tradicionais, irreconciliáveis com o novo curso iniciado pelo Papa Francisco".
Como exemplos, a RAI observou que o Bispo Strickland é "um defensor vigoroso das posições doutrinárias e dogmáticas da Igreja Católica sobre o casamento, a vida humana e a liberdade religiosa".
Entre as posições críticas de Strickland, estava a oposição às "inovações do papa em matéria de casamento, Eucaristia e sexualidade", relatou a RAI.
O site católico conservador Silere non possum (Não posso ficar em silêncio) afirmou que a destituição do Bispo Strickland foi "o preço que ele pagou por dizer a verdade" e por seu apoio à Missa Tradicional Latina.
Enquanto Francisco disse que acolhe a crítica e defende a liberdade de expressão, isso é patentemente falso, afirma o artigo, já que "aqueles que vivem sob este sistema ditatorial têm muito claro que 'liberdade de expressão' é algo completamente diferente".
O site de notícias católicas com sede no Canadá, LifeSiteNews, relatou que Strickland havia sido um crítico vocal da ex-presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, por seu apoio ao aborto legal e havia acusado o proeminente ativista pró-LGBT, Padre Jesuíta James Martin, de "blasfêmia".
O Padre Martin foi um protegido do Papa Francisco, que lhe enviou várias cartas manuscritas encorajando-o em seu ministério para os gays e o recebeu em audiências privadas no Vaticano.
LifeSiteNews também observou que, em contraste com o tratamento severo dado aos conservadores, "o Papa Francisco não disciplinou numerosos bispos que contradisseram publicamente a doutrina católica sobre atividade homossexual, gênero, 'bênçãos' do mesmo sexo, ordenação de mulheres e recepção da Eucaristia".
Outro veículo de notícias católicas, Our Sunday Visitor, observou que, embora não tenha sido dado motivo para a remoção do Bispo Strickland, "a especulação sobre seu futuro na diocese tem circulado há meses após o bispo postar no Twitter (agora conhecido como X) em 12 de maio, acusando o pontífice de 'minar o depósito da fé'".
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