Euronews, 03/03/2024
O chanceler alemão Olaf Scholz disse que as autoridades estão a investigar o assunto "com muito cuidado, muito intensamente e muito rapidamente".
As autoridades alemãs abriram um inquérito depois de ter sido publicada na Rússia uma gravação áudio dos militares do país a discutir a ajuda à Ucrânia.
No clip de 38 minutos, os oficiais discutem o fornecimento a Kiev de mísseis de longo alcance, Taurus. Estas potentes armas têm sido muito solicitadas pela Ucrânia, mas até agora Berlim tem recusado.
No sábado, o chanceler alemão, Olaf Scholz, considerou a fuga de informação – que é uma fonte de embaraço para o exército do país – um "assunto muito sério".
Acrescentou que as autoridades estavam a trabalhar para esclarecer o assunto "com muito cuidado, muito intensamente e muito rapidamente".
Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, a Alemanha tem debatido se deve enviar os mísseis de cruzeiro germano-suecos para Kiev.
Em janeiro, o Bundestag da Alemanha votou com uma clara maioria contra a medida, entre preocupações sobre as consequências se a Ucrânia usasse armas alemãs para atacar a Rússia.
Dois tanques Leopard 2 são vistos em ação durante uma visita do Ministro da Defesa alemão Boris Pistorius em Augustdorf, Alemanha, quarta-feira, 1º de fevereiro de 2023. |
Alguns temem uma possível retaliação de Moscovo se forem atingidos alvos no interior do território russo, o que poderia levar a Alemanha a entrar mais diretamente na guerra.
Outros afirmam que os mísseis dariam um impulso muito necessário ao esforço de guerra da Ucrânia, que atualmente está estagnado e enfrenta novos avanços russos.
Na gravação que foi intercetada, oficiais militares discutem como os mísseis Taurus poderiam ser usados pela Ucrânia.
O Ministério da Defesa da Alemanha afirmou estar a investigar se as comunicações dentro da força aérea foram intercetadas pela Rússia.
Germany is to put permanent troops in Lithuania, in the first such deployment since the Second World War https://t.co/5iuXEGn0al pic.twitter.com/iCEBAVxESy
— euronews (@euronews) March 1, 2024
Em comunicado divulgado pela agência noticiosa alemã DPA, o Ministério da Defesa afirmou: "De acordo com a nossa avaliação, uma conversa dentro da Força Aérea foi intercetada. Não podemos dizer com certeza se foram feitas alterações à versão gravada ou escrita que está a circular nas redes sociais".
Margarita Simonyan, editora-chefe do canal de televisão estatal russo RT, publicou o áudio nas redes sociais.
"Nesta... gravação, oficiais de alta patente da Bundeswehr discutem como vão bombardear (atenção!) a ponte da Crimeia", escreveu no Telegram.
Na conversa, um oficial alemão mencionou uma viagem planeada à Ucrânia para coordenar ataques a alvos russos, afirmou Simonyan.
Как и обещала, публикую аудио разговора офицеров бундесвера, обсуждающих, как они будут бомбить Крымский мост.
— Маргарита Симоньян (@M_Simonyan) March 1, 2024
Продолжение тутhttps://t.co/ollzdW97uk
A Alemanha é atualmente o segundo maior fornecedor de ajuda militar à Ucrânia, a seguir aos Estados Unidos, onde os esforços para fornecer mais assistência têm sido bloqueados no Congresso.
Espera-se que Berlim aumente o apoio este ano.
Scholz bloqueou durante meses o pedido da Ucrânia de mísseis Taurus, que têm um alcance de até 500 quilómetros.
O chanceler há muito que sublinha a sua determinação em ajudar a Ucrânia sem arrastar o país membro da NATO para a guerra, salientando que nenhum soldado alemão irá para a Ucrânia.
"Não enviaremos soldados europeus para a Ucrânia. Não queremos uma guerra entre a Rússia e a NATO. E faremos tudo o que pudermos para a evitar", disse Scholz numa reunião do Partido dos Socialistas Europeus em Roma, no sábado.
Na segunda-feira, o presidente francês Emmanuel Macron afirmou que o futuro envio de tropas ocidentais para o terreno na Ucrânia não está "excluído".
A Alemanha, a Polónia e outros países aliados rapidamente se distanciaram da sua sugestão.
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