29 de mar. de 2024

Evo Morales ameaça com "uma convulsão social" na Bolívia se sua candidatura for invalidada





PP, 28/03/2024 



"Se invalidarem Evo, haverá uma convulsão. Se eles querem isso, bem, essa será a responsabilidade do governo (...) essa é minha análise, sou sincero", advertiu Evo Morales em uma entrevista à agência EFE.

Villa Tunari (Bolívia), 28 de março (EFE) – O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou em uma entrevista à EFE que haverá uma "convulsão" no país se sua candidatura presidencial for invalidada para as eleições de 2025 e responsabilizou o governo de Luis Arce, com quem mantém uma disputa apesar de pertencerem ao mesmo partido.

"Se invalidarem Evo, haverá uma convulsão. Se eles querem isso, bem, essa será a responsabilidade do governo (...) essa é minha análise, sou sincero", advertiu o líder do Movimento ao Socialismo (MAS).

Morales considera que "esse tipo de lutas só são vencidas com ação de massas", e disse ter ouvido que diversos setores antecipam "dificuldades" caso sua candidatura presidencial seja anulada.

No final do ano passado, o Tribunal Constitucional emitiu uma sentença na qual menciona que a reeleição indefinida "não é um direito humano", e que só se aplica uma única vez de forma contínua ou descontínua.

Segundo Morales, isso deve ser entendido como "uma insinuação de uma possível invalidação de sua candidatura".

O presidente da Bolívia por três vezes insistiu que está "legal e constitucionalmente habilitado" para ser candidato, de acordo com as consultas que ele mesmo fez a "especialistas nacionais e internacionais".

A disputa com Arce

O Movimento ao Socialismo, partido oficialista, comemora 29 anos nesta quinta-feira e é a primeira vez que há duas celebrações separadas.

Na cidade de La Paz, sede do governo e do legislativo, o bloco "arcista" celebra, que apoia o presidente Luis Arce, enquanto neste sábado será a vez do grupo "evista", afiliado a Evo Morales, na localidade de Yapacaní, no departamento de Santa Cruz.

No ano passado, Evo Morales e Luis Arce coincidiram no aniversário do partido no Trópico de Cochabamba, reduto político do ex-presidente, onde houve atritos entre os militantes do MAS.

Naquele evento, Morales questionou a gestão do que foi seu ministro da Economia durante seu governo, enquanto Arce instou o MAS a não ter medo do "pluralismo" de ideias.

Morales apontou que Arce "cometeu um grande erro" ao dizer que "não se deve ter medo do pluralismo de ideias", pois, em sua opinião, isso marca uma "diferença ideológica" com o setor "arcista", já que o MAS é tradicionalmente "anti-imperialista".

O ex-presidente também questionou que a administração de Arce não tenha cumprido dois dos principais mandatos que recebeu ao chegar ao governo em 2020, como "processar e prender os golpistas e genocidas" pela crise de 2019 e "recuperar a economia" do país.

Morales renunciou à Presidência em 2019 após considerar que foi vítima de um "golpe de Estado" após as eleições frustradas daquele ano, entre denúncias da oposição de fraude eleitoral a seu favor para um quarto mandato consecutivo.

Jeanine Áñez assumiu em 12 de novembro de 2019 o comando interino do país como segunda vice-presidente do Senado, dois dias após a renúncia de Evo Morales e de todos os funcionários na linha de sucessão presidencial.

"Pensei que se voltasse (a ser presidente da Bolívia) seria para fazer Justiça (...) porque me deram um golpe (de Estado)", disse.

À divisão pelo aniversário do MAS se soma a disputa pela legalidade do congresso do MAS, realizado no ano passado na região de Cochabamba, no qual Morales foi proclamado "candidato único" para as eleições presidenciais de 2025.

Os setores oficialistas afins a Arce convocaram outro congresso, que será realizado em maio, depois que a autoridade eleitoral determinou que deve haver uma nova reunião.

Morales insistiu que o congresso que o reconduziu como líder máximo do MAS cumpriu todos os requisitos e que o órgão eleitoral agiu com "ilegalidade", enquanto a convocação dos "arcistas" é feita por pessoas que "não são militantes" deste partido.

O ex-presidente ratificou que o MAS "está unido a nível de base" e que alguns poucos dirigentes decidiram se desvincular em troca de supostos "subornos" oferecidos pelo governo.

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Fonte:https://panampost.com/efe-panampost/2024/03/28/evo-morales-amenaza-con-una-convulsion-en-bolivia/ 

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