3 de fev. de 2024

Os EUA bombardearam 85 alvos no Iraque e na Síria em retaliação ao ataque às suas tropas




PP, 02/02/2024 



Os bombardeios no Iraque e na Síria começaram às 16:00, hora local de Washington, e duraram cerca de meia hora, durante os quais foram atacados 85 alvos e instalações ligadas à Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, e a milícias pró-iranianas que operam nesses países.

Washington, 2 de fevereiro (EFE) – Os Estados Unidos bombardearam nesta sexta-feira dezenas de alvos no Iraque e na Síria, supostamente ligados ao Irã, em retaliação ao ataque com drone da semana passada, no qual três soldados americanos morreram.

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse em comunicado que não busca um conflito no Oriente Médio, mas advertiu que seu país responderá de forma contundente a qualquer ataque.

Os bombardeios no Iraque e na Síria começaram às 16:00, hora local de Washington, e duraram cerca de meia hora, durante os quais foram atacados 85 alvos e instalações vinculadas à Guarda Revolucionária Islâmica do Irã e a milícias pró-iranianas que operam nesses países.

Segundo o Pentágono, entre os alvos atacados estão centros de operações, centros de inteligência, foguetes e mísseis, depósitos de drones e instalações logísticas relacionadas aos diversos ataques que os grupos pró-iranianos têm cometido nas últimas semanas contra as forças dos Estados Unidos.

Pelo menos 18 membros dessas milícias pró-iranianas morreram nos bombardeios, informou uma fonte militar iraquiana e o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

As ações se concentraram na área de Al Mayadín, considerada a 'capital iraniana' na Síria, bem como no distrito de Al Bukamal, na fronteira com o Iraque e uma importante rota de abastecimento para essas milícias aliadas do governo sírio.

Bombardeios "bem-sucedidos"

Embora ainda estejam "avaliando" os efeitos dos bombardeios, autoridades americanas afirmaram hoje que os ataques foram "bem-sucedidos" e atingiram com precisão alvos militares em ambos os países.

Além de enviar uma mensagem às milícias pró-iranianas e à Guarda Revolucionária, explicou o porta-voz do Conselho de Segurança, John Kirby, em uma ligação com jornalistas, os bombardeios tinham como objetivo "enfraquecer" sua capacidade militar "de forma mais robusta".

O funcionário explicou que os alvos bombardeados na sexta-feira foram "cuidadosamente escolhidos" para evitar baixas civis, e os EUA têm "evidências irrefutáveis" de que estavam ligados aos ataques ao pessoal americano na região.

Kirby acrescentou que os Estados Unidos avisaram previamente o governo iraquiano, e acrescentou que não houve comunicação com o Irã, desde o bombardeio que resultou na morte dos três soldados americanos.

Resposta à morte de três americanos

Washington respondeu assim ao ataque com drone no domingo passado na Jordânia, perto da fronteira com a Síria, no qual três soldados americanos morreram e outros 40 ficaram feridos.

Desde o início da guerra de Gaza em outubro, grupos armados pró-iranianos têm realizado dezenas de ações contra alvos americanos no Iraque e na Síria, mas até domingo nenhum havia resultado em mortes.

Precisamente, Biden participou nesta sexta-feira de uma cerimônia na base militar da Força Aérea de Dover (Delaware) para receber os corpos dos três militares abatidos.

A ação inicial foi reivindicada pelo agrupamento de milícias pró-iranianas Resistência Islâmica no Iraque, que desde o início da guerra de Gaza em outubro passado já haviam realizado dezenas de ataques contra alvos americanos no Iraque e na Síria, até agora sem vítimas fatais.

Kataib Hizbulá, alvo da resposta americana de hoje em Al Qaim e membro chave da Resistência Islâmica, havia anunciado após o ataque de domingo que cessaria os ataques contra alvos dos Estados Unidos na região.

O presidente Joe Biden, no entanto, responsabiliza em última instância o Irã, país que se distanciou do ataque.

"Nossa resposta começou hoje. Continuará no momento e nos lugares de nossa escolha", disse o presidente em comunicado divulgado após os bombardeios no Iraque e na Síria.

"Mas que todos aqueles que possam pretender nos prejudicar saibam disso: se você ferir um americano, responderemos", afirmou o mandatário democrata.

Iraque prevê "repercussões desastrosas" no Oriente Médio

As Forças Armadas do Iraque, por sua vez, condenaram os bombardeios e alertaram que essa ação terá "consequências imprevistas" e "repercussões desastrosas" no Oriente Médio.

"Esses ataques são considerados uma violação da soberania iraquiana, minam os esforços do governo iraquiano e representam uma ameaça que arrastará o Iraque e a região para consequências imprevistas, cujas repercussões serão desastrosas", disse em comunicado o porta-voz das Forças Armadas iraquianas, Yahya Rasul.

O porta-voz apontou que a localidade de Al Qaim e outras áreas próximas à fronteira com a Síria foram alvo de ataques por parte de aviões de combate dos Estados Unidos, e lamentou que tenham ocorrido "num momento em que o Iraque se esforça para garantir a estabilidade na região".

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Fonte:https://panampost.com/efe-panampost/2024/02/02/eeuu-bombardea-85-objetivos-en-irak-y-siria/ 

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