27 de fev. de 2024

A segurança interna do Chile está em perigo: as FARC já estão no país




PP, 26/02/2024 



Por Gabriela Moreno 



O ex-diretor da Unidade Antidrogas do Ministério Público no Chile, Luis Toledo, confirmou ao PanAm Post que as FARC operam no país há três anos.

O sequestro do militar venezuelano Ronald Ojeda, ocorrido na semana passada em Santiago, Chile, confirmou que a segurança interna está sob ameaça. Ninguém sabe onde ele está ou quem o sequestrou com certeza. Enquanto as suspeitas apontam para funcionários de inteligência do regime chavista, Luis Toledo, ex-diretor da Unidade Antidrogas do Ministério Público no Chile, confirmou ao PanAm Post que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) estão operando no país, agravando a situação nacional.

"Há informações de que no Chile há ex-militares venezuelanos ou pessoas que estão ou estiveram ligadas às forças armadas desse país, bem como pertencentes às forças guerrilheiras colombianas. Isso, logicamente, representa uma ameaça à segurança interna, devido ao seu eventual envolvimento em atividades criminosas no Chile e à facilidade para ocultar sua identidade, já que sua confirmação com fontes do país de origem é praticamente impossível", revelou Toledo.

Nesse sentido, ele afirmou que "a facilidade para adquirir documentos falsificados em países vizinhos ao Chile, como Bolívia ou sul do Peru", impede a identificação das pessoas que entram no território.

As FARC se aproveitaram disso. De acordo com Toledo, que agora está à frente do Centro de Estudos em Segurança e Crime Organizado da Universidade Sebastián, as autoridades têm indícios do desembarque de insurgentes no Chile há três anos, período que coincide com uma crescente migração irregular.

"Bombardear o Chile com drogas como 'filhos da puta'"

Escutas telefônicas da Polícia de Investigações do Chile (PDI) apontam para a presença dos "emissários do Cauca". É assim que são chamados os membros da Coluna Móvel Dagoberto Ramos (CMDA) das FARC, que está vinculada ao Clã do Golfo, que chegou ao país com o objetivo de "bombardear como filhos da puta" o país andino com drogas.

Seu líder, o narcotraficante colombiano conhecido como "Genaro" ou "El Naro", aliou-se a líderes de outras quatro organizações, "La Jota", "La Familia", "Los Articuladores" e "La organización Andreotti" (a única liderada por um chileno), para comercializar a maconha creepy da CMDA.

Embora esteja detido, a PDI mantém cooperação com a Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA) através do Memorando de Entendimento e do programa eTrace do Bureau of Alcohol, Tobacco, Firearms and Explosives (ATF), "uma importante ferramenta de investigação que rastreia a origem das armas de fogo usadas em crimes violentos", para desmobilizar os guerrilheiros e seu negócio de entorpecentes.

Acordo policial que gera cada vez mais dúvidas

A afinidade das FARC com o regime chavista aumenta as possibilidades de uma ação conjunta para sequestrar Ojeda no Chile. No entanto, o La Razón divulga que o acordo policial assinado entre La Moneda e Miraflores em janeiro, para "promover e melhorar a relação em matéria de colaboração entre Chile e Venezuela", facilitou o sequestro do tenente-coronel acusado de traição à pátria.

Maduro abusou do acordo ou simplesmente enganou as autoridades chilenas com um acordo falso para avançar para uma perseguição extraterritorial de seus adversários? As perguntas devem assombrar o subsecretário do Interior do Chile, Manuel Monsalve, que, após se reunir na capital venezuelana com o chavismo, apela à prudência durante o sequestro de Ojeda.

As reuniões do alto funcionário de Boric com os líderes das forças de segurança venezuelanas, incluindo a Polícia Nacional Bolivariana (PNB), a Guarda Nacional Bolivariana (GNB), o Corpo de Investigação Científica, Penal e Criminalística (CICPC), o Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebín) e a Direção Geral de Contra-Inteligência Militar (DGCIM), agora levantam questões.

A confirmação do sequestro do militar venezuelano, por motivos políticos, constituiria a primeira incursão da Direção Geral de Contra-Inteligência Militar no exterior.

A possibilidade de Boric ter traído a pátria e a soberania está gerando debate. Nas redes sociais, Luis Larraín, presidente do Conselho Consultivo da Liberdade e Desenvolvimento, insiste na necessidade de tornar público o conteúdo do acordo, afirmando que, se as afirmações do La Razón forem verdadeiras, o governo chileno deveria enfrentar acusações perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Artigos recomendados: Chile e FARC 


Fonte:https://panampost.com/gabriela-moreno/2024/02/26/seguridad-interna-de-chile-corre-peligro-las-farc-ya-estan-en-el-pais/ 

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