IP, 27/01/2024
Neste sábado, o Iraque e os Estados Unidos realizaram uma "primeira rodada" de conversações sobre o futuro das tropas americanas e estrangeiras no país, com Bagdá esperando que as discussões levem a um cronograma para reduzir sua presença.
O gabinete do primeiro-ministro Mohamed Shia al-Sudani divulgou uma fotografia do chefe de governo com autoridades de alto escalão, tanto das forças armadas iraquianas, quanto da coalizão internacional criada por Washington para combater o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Sudani "está hospedando o início da primeira rodada de diálogo bilateral entre o Iraque e os EUA para encerrar a missão da coalizão internacional no Iraque", disse o gabinete em um comunicado.
"Os debates e qualquer progresso feito determinarão a duração dessas negociações", disse o conselheiro de assuntos exteriores de Sudani, Farhad Alaaldin, à AFP.
"O Iraque está envolvendo os outros países participantes da coalizão internacional em acordos bilaterais que sirvam aos melhores interesses do Iraque e desses países."
Washington havia dito na quinta-feira que havia concordado com Bagdá em lançar "grupos de trabalho especializados de profissionais militares e de defesa", como parte da Comissão Militar Superior estabelecida em acordo com Bagdá.
Os grupos de trabalho examinariam "três fatores-chave", disse Washington: "a ameaça do ISIS, requisitos operacionais e ambientais e os níveis de capacidade das Forças de Segurança Iraquianas".
A porta-voz adjunta do Pentágono, Sabrina Singh, reconheceu que a presença militar dos EUA no Iraque "certamente fará parte das conversas conforme avança", indicando que o desejo de Bagdá por uma redução dessas forças está em discussão.
Para o ministério das relações exteriores do Iraque, o objetivo seria eventualmente formular "um cronograma específico e claro... e começar a redução gradual de seus (da coalizão) assessores em solo iraquiano".
As conversações – planejadas há meses – ocorrem em um momento de tensões elevadas no Iraque e na região relacionadas à guerra entre Israel e o Hamas, que provocou um aumento nos ataques contra as forças americanas e outras da coalizão.
Desde meados de outubro, houve mais de 150 ataques direcionados às tropas da coalizão, muitos deles reivindicados pela Resistência Islâmica no Iraque, uma aliança frouxa de grupos ligados ao Irã que se opõem ao apoio dos EUA a Israel no conflito de Gaza.
Há aproximadamente 2.500 tropas americanas implantadas no Iraque e cerca de 900 na Síria como parte da coalizão anti-EI formada em 2014 – ano em que o grupo jihadista dominou cerca de um terço do Iraque.
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Fonte:https://insiderpaper.com/washington-baghdad-open-talks-on-foreign-troops-in-iraq/
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