Pesquisadores com dados imprecisos e inconclusivos atribuem a hidroxocloroquina mortes durante a pandemia

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Nltimes, 10/01/2024 

“Centenas” de holandeses morreram devido aos efeitos colaterais da hidroxicloroquina durante a pandemia de Covid

Na fase inicial da pandemia do coronavírus, várias centenas de holandeses morreram devido aos efeitos secundários da hidroxicloroquina, o medicamento contra a malária que parecia promissor contra a COVID-19. O médico-microbiologista Marc Bonten, da Universidade de Utrecht, disse isso ao Volkskrant com base em uma nova análise feita por cientistas franceses sobre as mortes causadas pela droga em vários países.

É impossível dizer exatamente quantas pessoas morreram na Holanda devido aos efeitos colaterais da hidroxicloroquina, disse Bonten. “É, se você quiser colocar de forma dramática, um avião cheio de pessoas”, disse ele. “No entanto, não acho que você possa culpar ninguém por isso. Foi a primeira onda, as UTIs estavam lotadas, as pessoas morriam, estávamos de mãos vazias. E pesquisas laboratoriais mostraram que esta droga pode funcionar.”

Dos pacientes com COVID-19 tratados em hospitais holandeses, cerca de 10 mil receberam hidroxicloroquina e cerca de 2 mil morreram, disse Bonten. “Se não tivéssemos usado a hidroxicloroquina, provavelmente teria havido cerca de 200 a menos”, disse ele, com base num estudo britânico de junho de 2020, que mostrou que as pessoas que receberam hidroxicloroquina tinham um risco 11 por cento maior de morte, do que os pacientes com COVID-19 não tratados com o medicamento contra a malária.

Não há como saber se o medicamento também era prejudicial para pessoas que não estavam no hospital, acrescentou Bonten. Até porque muitas vezes envolviam pessoas mais jovens e saudáveis ​​que por vezes tomavam hidroxicloroquina como medida preventiva. “Um grupo completamente diferente dos pacientes hospitalares para quem esta parecia ser a última salvação.”

Em todo o mundo, pelo menos 17 mil pessoas morreram devido aos efeitos colaterais da hidroxicloroquina na primeira fase da pandemia, segundo os cientistas franceses. Salientaram que esta era provavelmente uma subestimativa porque só tinham dados de alguns países. O estudo baseou-se em números publicados oficialmente pela Bélgica, Turquia, França, Itália e Estados Unidos da América durante os primeiros meses da pandemia.

Quando o coronavírus chegou à Europa, em Fevereiro de 2020, a hidroxicloroquina era um dos medicamentos utilizados como intervenção de emergência para pacientes gravemente doentes. Isso parou em 5 de junho de 2020, após a grande comparação britânica entre pacientes com COVID-19 tratados e não tratados com hidroxicloroquina.

Segundo Bonten, o estudo francês mostra a importância da investigação rápida em uma situação de emergência. “Se não tivéssemos esses números britânicos já em junho, os danos poderiam ter sido muito maiores”, disse ele ao jornal.

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Fonte:https://nltimes.nl/2024/01/10/hundreds-dutch-died-hydroxychloroquine-side-effects-covid-pandemic