BTB, 22/01/2024
Roma — Os bispos holandeses, anteriormente conhecidos por suas inclinações progressistas, rejeitaram coletivamente a recente abertura do Vaticano para a bênção de casais do mesmo sexo.
Embora aceitem o apelo do Vaticano para "proximidade e acompanhamento" às pessoas que vivem em relacionamentos homossexuais e aos divorciados que voltaram a se casar, os bispos holandeses rejeitam a novidade da bênção a casais gays introduzida pelo texto do Vaticano de 18 de dezembro intitulado Fiducia Supplicans.
Em sua resposta de 292 palavras ao Fiducia Supplicans, os bispos observam que é possível fazer uma oração por indivíduos que vivem em um relacionamento irregular, algo que a Igreja Católica sempre defendeu.
"Nessa oração, é possível pedir a Deus força e auxílio sob a invocação do Seu Espírito, para que ele/ela possa compreender a vontade de Deus com sua/vida e continuar a crescer", afirmam, fazendo uma clara distinção da bênção ao casal em si.
Sister Jeannine Gramick, cofounder of the pro-LGBTQQIAAP2S+ group New Ways Ministry, has been denied the title “Catholic” by Church authorities.
— Breitbart News (@BreitbartNews) October 18, 2023
Pope Francis just welcomed her at the Vatican, and Gramick praised “his openness to blessing same-sex unions." https://t.co/lyLQwdtUK8
"Isso deixa claro na escolha das palavras que não se trata de uma bênção ou confirmação de um relacionamento irregular e também evita confusão com o casamento, que, de acordo com a Igreja Católica, só pode ser entre um homem e uma mulher", acrescentam.
Com esta declaração, os bispos holandeses efetivamente retornam ao ensinamento anterior do Vaticano de que indivíduos podem ser abençoados, mas relacionamentos irregulares não.
Em sua declaração de 2021 sobre esse assunto, o escritório doutrinário do Vaticano afirmou que as bênçãos podem ser "dadas a pessoas individuais com inclinações homossexuais, que manifestam a vontade de viver com fidelidade aos planos revelados de Deus conforme proposto pelo ensinamento da Igreja", enquanto seria ilícito conferir "qualquer forma de bênção que tenda a reconhecer suas uniões como tais".
Deus próprio "não abençoa e não pode abençoar o pecado", afirmou aquela declaração, e, portanto, "a Igreja não tem, e não pode ter, o poder de abençoar uniões de pessoas do mesmo sexo."
Os bispos holandeses são a última conferência eclesiástica a contestar o ensinamento inovador do Fiducia Supplicans, que para muitos parece contradizer o ensino moral constante da Igreja sobre o assunto.
As conferências episcopais africanas, bem como as conferências episcopais na Hungria, Polônia e Cazaquistão, recusaram todas as solicitações do Vaticano para permitir bênçãos não litúrgicas a pessoas em relacionamentos irregulares.
Por sua vez, a conferência episcopal francesa abraçou o Fiducia Supplicans, mas nove bispos franceses discordaram publicamente da exigência de abençoar casais do mesmo sexo.
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