RTN, 30/01/2024
Por Ken Macon
Rússia planeja expandir sua rede de vigilância e pretende acessar redes de vigilância privadas, implementando reconhecimento facial
A Rússia está avançando em direção a um sistema de vigilância extensivo semelhante ao da China. A região de Perm é a primeira a determinar que os proprietários de câmeras de vídeo privadas devem integrar seus dispositivos a uma rede de vigilância regional, uma prática que está prestes a ser replicada em todo o país.
A iniciativa, impulsionada por um decreto do governador de Perm, Dmitry Makhonin, entrou em vigor em 25 de janeiro. Esta medida está alinhada com a declaração de lei marcial do presidente Vladimir Putin nos territórios ocupados da Ucrânia em outubro de 2022, concedendo aos governadores regionais poderes ampliados para garantir a "segurança" de suas áreas.
O monitoramento dos cidadãos russos intensificou-se desde a invasão da Ucrânia. As autoridades estão cada vez mais examinando as redes sociais e empregando câmeras de vigilância para rastrear tanto ativistas quanto cidadãos comuns. Recentemente, Moscou testou semáforos com reconhecimento facial. Alexander Bykov, chefe da Inspeção Estadual de Segurança no Trânsito de Moscou, sugeriu até que o fornecimento de dados biométricos deveria ser obrigatório.
O reconhecimento facial é um elemento crítico na estratégia de vigilância da Rússia. Ele tem sido usado para deter ativistas da oposição e identificar indivíduos que ignoraram convocações para o serviço militar, com prisões relatadas em metrôs e estações de trem. Sergey Suchkov, CEO da NtechLab, relata que o reconhecimento facial está operacional em 62 regiões, contribuindo para o projeto de "Economia de Dados" do Ministério de Desenvolvimento Digital, com o objetivo de compilar um perfil abrangente das atividades dos cidadãos.
Atualmente, as câmeras privadas são inacessíveis para as autoridades regionais, e apenas metade das 1,2 milhão de câmeras de rua são de propriedade do estado, conforme relatado pelo departamento de Desenvolvimento Digital em novembro de 2023. Um objetivo importante é centralizar a vigilância de rua, com câmeras privadas desempenhando um papel significativo.
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