16 de dez. de 2023

Nova acusação contra o ex-presidente equatoriano Correa por ajudar na fuga de envolvidos com o narcotráfico




PP, 15/12/2023 



Por Oriana Rivas 



A Procuradoria-Geral do Equador acusou o ex-presidente Rafael Correa de alertar sobre as batidas contra os investigados da Promotoria pelo caso Metástase. Num ato de solidariedade automática com a esquerda, o Grupo Puebla saiu em defesa dos acusados, descrevendo a ação judicial como uma "perseguição anormal"

O ex-presidente do Equador, Rafael Correa, acrescenta uma nova acusação à sua ficha por publicar uma mensagem no X.

Possivelmente esta publicação fez com que apenas 31 dos 38 vinculados fossem presos e os demais escapassem. É por isso que a Procuradora-Geral do Estado, Diana Salazar, acusou Correa, foragido na Bélgica, de crimes de corrupção. Especialistas falam em obstrução da justiça, que se traduz numa pena que varia entre três e cinco anos de prisão, com a qual o Ministério Público parece concordar. “Enquanto nos preparávamos para esta operação, a informação vazou. Para isso, basta verificar a conta na rede social X, do foragido condenado, Sr. Rafael Correa, que postou que seriam realizadas batidas. E ele alcançou o objetivo, quem não está nesta audiência agora escapou”, afirmou.

Assim, o ex-presidente é mais uma vez o centro das atenções do sistema de justiça equatoriano, que em 2017 o condenou à revelia a oito anos de prisão pelo caso de suborno de 2012-2016. Correa não conseguiu retornar ao país após o fracasso de sua candidata nas últimas eleições presidenciais, Luisa González — que perdeu para Rafael Noboa — e agora ele acrescenta ao seu histórico mais problemas legais. Precisamente, o alerta que fez nas redes sociais foi dirigido a toda uma rede de funcionários e advogados ligados a Leandro Norero, um chefão do tráfico de drogas que se beneficiou da obscura máfia governamental.




A interferência do Grupo Puebla

Não se destaca apenas a mensagem de Rafael Correa, possivelmente alertando os investigados do Ministério Público. O Grupo Puebla saiu em defesa destes, falando de perseguição anormal e de um “golpe político através do judiciário”. Assim, a aliança esquerdista latino-americana contradiz o seu próprio princípio de intervenção não estrangeira, ao fazer tais afirmações contra um processo que é da responsabilidade do sistema judicial equatoriano.

Mas a solidariedade automática do bloco ideológico desvanece-se, especialmente quando as 75 batidas domiciliárias em sete das vinte e quatro províncias do país, somadas ao destacamento de mais de 900 pessoas entre procuradores e polícias, deixam para trás descobertas como atos de uma empresa de passaportes no Panamá, computadores e transações bancárias que serão investigadas.

Como afirmou Salazar num vídeo que publicou a 14 de Dezembro, “o caso Metastasis é uma clara radiografia de como o tráfico de droga tomou conta das instituições do Estado para, através de dinheiro ilícito, operar a partir de órgãos judiciais e políticos e obter impunidade em alguns casos.” É por esta razão que as contas bancárias dos 31 detidos serão sacadas e seus bens não poderão ser vendidos como determinado pelo juiz Felipe Córdova, do Tribunal de Justiça Nacional.




Revelando conversas sobre tráfico de drogas

Embora o narcotraficante Leandro Norero Tigua tenha sido assassinado em 2022 no presídio de Latacunga, ao sul de Quito, o que estava em seu telefone se tornou a prova que alertou a Justiça. Seu histórico de bate-papo mostrava uma rede de suborno que tocava diferentes níveis da política. No total foram cerca de 14 papeladas que refletiam uma máfia composta por funcionários judiciais do Tribunal Nacional, e dos tribunais provinciais de Santo Domingo de los Tsáchilas, Manabí, Cotopaxi e Guayas, em troca de benefícios judiciais.

Enquanto as investigações avançam e se descobre o paradeiro dos que conseguiram escapar, Rafael Correa acrescenta outra acusação pela qual não poderá voltar a pisar no Equador.

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Fonte:https://panampost.com/oriana-rivas/2023/12/15/nueva-acusacion-contra-correa-caso-metastasis/ 

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