RTN, 27/11/2023
Por Didi Rankovic
Bill Gates, o Fórum Económico Mundial e várias agências “alistadas” da ONU (e a UE não muito atrás), tudo num só lugar – o que poderia dar errado?
Desta vez, o “empreendimento conjunto” é a promoção da infraestrutura pública digital (DPI).
Exceto a ONU, que deveria ser “a organização mundial”, todos estes outros atores representam abertamente as elites ricas; mas grande parte do seu foco com o impulso do DPI está agora nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento do “terceiro mundo”.
Existem duas escolas de pensamento sobre a razão pela qual isto acontece: que estas entidades e indivíduos são benfeitores genuínos e altruístas que querem compartilhar a sua boa sorte, digamos, “tornando o mundo um lugar melhor”; ou que visam propositadamente países onde a legislação e a regulamentação facilitam a realização de muitos tipos de experiências sociais, econômicas, etc., do que seria o caso “em casa”.
Isso cabe aos observadores analisarem, já que os promotores do DPI afirmam enfaticamente apenas as melhores intenções. Como, por exemplo, a Fundação Gates que trabalha para “expandir as oportunidades de crescimento econômico da Nigéria” através do DPI.
A experiência em curso neste caso é o desenvolvimento e implementação de identificações digitais e pagamentos digitais até ao final da década, em tantos lugares quanto possível, e essa é a intenção central por trás do termo “DPI”, que muitos vêem simplesmente como uma expressão da ONU, UE, Gates, etc., palavra da moda.
No que diz respeito à Nigéria, o Presidente da Fundação Gates para o Crescimento e Oportunidades Globais, Rodger Voorhies, está na verdade “desafiando” o governo do país a fazer mais investimentos na criação de um “ecossistema DPI”. Isto apesar de o esforço da Nigéria até agora ter sido descrito como “robusto” – mas, aparentemente, podendo “fazer melhor”.
Não há dúvida de que a Fundação Gates está decidida a levar esta agenda aonde for possível. Como afirmam os relatórios, está “liderando uma campanha global de angariação de fundos para o desenvolvimento do DPI”.
Para desafiar o governo da Nigéria, Voorhies esteve recentemente na sua capital, falando no Fórum dos Governadores da Nigéria. O fórum ouviu o discurso usual para DPIs – acesso seguro e “perfeito” a vários serviços, etc.
Entretanto, os críticos alertam para uma espécie de “centralização da vigilância” que teria impacto na soberania financeira das pessoas e noutros direitos civis.
A ONU não fica muito atrás na divulgação dos DPI e no incentivo aos países para os utilizarem, aparentemente, através de qualquer canal disponível, desde agências de desenvolvimento até agências culturais (PNUD, UNESCO).
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