TEA, 19/10/2023
Os fraudadores falsificaram a voz de Faki e fizeram diversas videochamadas para capitais europeias.
Os fraudadores se passaram pelo secretário da Comissão da União Africana, implantando ferramentas de inteligência artificial e visando capitais estrangeiras na Europa, no que poderia ser a primeira lacuna diplomática da nova tecnologia.
Moussa Faki, Presidente da Comissão da União Africana, o secretariado da União Africana, escreve rotineiramente aos líderes globais sempre que precisa fazer uma chamada.
Tal carta é formalmente conhecida como nota verbal e é o procedimento padrão para agendar reuniões entre a liderança da União Africana e representantes de outros países, ou organizações internacionais.
Mas os fraudadores falsificaram a sua voz e fizeram várias videochamadas para capitais europeias, aparentemente procurando marcar reuniões.
A Comissão da UA revelou que os cibercriminosos também usaram endereços de e-mail falsos, fingindo ser o vice-chefe de gabinete da organização, procurando organizar chamadas entre líderes estrangeiros e o Sr. Faki.
Ebba Kalondo, porta-voz do Sr. Faki, confirmou que os brincalhões realizaram videochamadas com vários líderes europeus, enquanto usavam alterações de vídeo profundamente falsas para se passarem pelo presidente.
Num comunicado divulgado na sexta-feira, a AUC disse que “lamenta estes incidentes”, reiterando que a comissão apenas utiliza canais diplomáticos oficiais para comunicar com governos estrangeiros, através das suas embaixadas em Adis Abeba.
“A Comissão da União Africana reitera a sua adesão estrita ao protocolo diplomático e ao uso exclusivo da Nota Verbal para pedidos de envolvimento de alto nível”, disse Kalondo num tuite.
Ainda não está claro quais eram as intenções dos impostores, mas a declaração da UA qualificou os seus e-mails falsos de “phishing”, uma indicação de que poderiam ter tido a intenção de roubar identidades digitais para obter acesso a informações privilegiadas. Uma das vítimas foi a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, cuja ligação foi arranjada apenas para se revelar falsa, confirmou um funcionário do Ministério das Relações Exteriores do país.
As falsificações deepfakes, a tecnologia utilizada pelos cibercriminosos, estão se tornando cada vez mais populares e são por vezes utilizadas por certas entidades para espalhar desinformação e propaganda.
Elas envolvem o uso de ferramentas de inteligência artificial para transformar a imagem, a voz e as características de alguém em um vídeo dele fazendo ou dizendo algo que realmente não fez.
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