VB, 18/10/2023
Por Massa Bryson
Num raro reconhecimento público, a Conselheira Adjunta de Segurança Nacional, Anne Neuberger, revelou nesta quarta-feira que a Coreia do Norte está aumentando as suas capacidades cibernéticas, aproveitando o poder da inteligência artificial (IA), representando um risco significativo para as empresas em todo o mundo.
Esta parece ser a primeira vez que um funcionário do governo dos EUA confirma publicamente a utilização da IA na guerra cibernética. “Observamos alguns atores norte-coreanos e outros estados-nação e criminosos, tentando usar modelos de IA para ajudar a acelerar a criação de software malicioso e a localização de sistemas para explorar”, afirmou Neuberger durante a coletiva de imprensa.
Ela elucidou ainda que o uso da IA para agilizar o processo de escrita de código de exploração, poderia aumentar dramaticamente as capacidades cibernéticas ofensivas da Coreia do Norte. Com o apoio do aprendizado de máquina, os hackers norte-coreanos poderiam “localizar e direcionar vulnerabilidades” com mais eficiência.
As implicações potenciais para os negócios internacionais são graves. O histórico comprovado de ataques cibernéticos da Coreia do Norte, desde a intrusão da Sony Pictures em 2014 até ao paralisante ataque de ransomware WannaCry em 2017, sublinha a ameaça global e indiscriminada representada pelas suas atividades de guerra cibernética.
A integração da IA nestas operações poderia potencialmente aumentar a velocidade, o volume e a eficácia de tais ataques, colocando as empresas em maior risco.
Para agravar a gravidade da situação, Neuberger destacou que as operações cibernéticas da Coreia do Norte, que incluíram a pirataria de criptomoedas em todo o mundo, servem como uma fonte de receitas significativa para o regime. Suspeita-se que esta receita apoie o programa de mísseis da Coreia do Norte, contribuindo para um aumento do número de lançamentos nos últimos anos.
A IA melhorará amigos e inimigos
No entanto, os Estados Unidos não estão parados face a estas ameaças em evolução. O DARPA AI Cyber Challenge é uma forma pela qual os EUA estão mobilizando programadores. Ele está sendo usado “para incentivar e impulsionar hackers defensivos usando IA para construir defesas de segurança cibernética”, observou Neuberger. O objetivo estratégico é garantir que a defesa da IA permaneça um passo à frente das aplicações ofensivas da IA.
A revelação sobre as explorações da IA da Coreia do Norte deverá servir como um alerta para as empresas, enfatizando a necessidade de estratégias de segurança cibernética robustas e inovadoras. Como a IA continua sendo uma “faca de dois gumes” no domínio da segurança cibernética, as organizações devem estar preparadas para combater estas ameaças em evolução.
O recente Relatório de Defesa Digital da Microsoft sublinhou ainda mais a urgência da situação, revelando o aumento da procura de fornecedores de serviços de TI por intervenientes estatais como um método para explorar clientes a jusante. As empresas, agora mais do que nunca, devem priorizar a segurança cibernética para proteger os seus dados, operações e, em última análise, o seu futuro. Tomar nota dos avanços da Coreia do Norte já não é opcional, mas sim um aspecto crucial da sobrevivência empresarial no nosso mundo cada vez mais digital.
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Fonte:https://venturebeat.com/ai/north-korea-experiments-with-ai-in-cyber-warfare-us-official/
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