BTB, 25/09/2023
Por Cristina Wong
Enquanto os contribuintes americanos lutam contra a inflação, e lutam para sobreviver, o seu dinheiro subsidia pequenas empresas na Ucrânia, de acordo com uma reportagem recente do programa 60 Minutes da CBS News.
Além de pelo menos 43 milhões de dólares em ajuda militar, os EUA injetaram quase 25 milhões de dólares em ajuda não militar na economia da Ucrânia desde o início da Guerra da Ucrânia, em Fevereiro de 2022, de acordo com o relatório.
Parte desse dinheiro dos contribuintes dos EUA tem sido destinado a apoiar “pequenas empresas”, como uma empresa de malhas de marca na capital da Ucrânia, longe das linhas de frente.
A proprietária da empresa de malhas, Tatiana Abramova, disse à CBS News: “Especialmente em condições de guerra, temos que trabalhar”.
“Temos que pagar impostos, temos que pagar salário, salário aos nossos funcionários. Temos que trabalhar, não pare”, disse ela.
“It's the aid from the heart of every ordinary American person,” says Tatiana Abramova, a small business owner in Ukraine. America has pumped nearly 25 billion dollars of non-military aid into Ukraine’s economy since the Russian invasion. https://t.co/LX7D9Kd6mL pic.twitter.com/32U9c7mS4I
— 60 Minutes (@60Minutes) September 24, 2023
Quando questionada sobre como apoiar a economia da Ucrânia a ajudaria a vencer a guerra, Abramova respondeu: “Porque a economia é a base de tudo”.
De acordo com a CBS News, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional até ajudou Abramova a encontrar clientes no exterior.
O relatório disse que sua empresa apoia mais de 70 funcionários e suas famílias.
Abramova disse à CBS News: “Percebemos que é a ajuda do governo, mas é a ajuda que vem do coração de cada cidadão americano comum”. Ela disse que se sentiu “grata. Mesmo."
Isto está acontecendo enquanto os americanos lutam para sobreviver, de acordo com um relatório da Bloomberg de domingo:
A inflação arrefeceu desde há um ano, mas isso não está a aliviar a dor dos americanos que ainda pagam nas bombas de gasolina e nos corredores das mercearias.
Como resultado, há uma desconexão crescente entre os decisores políticos, que apontam para o arrefecimento dos indicadores de inflação como um sinal de progresso, e as pessoas que lutam para fazer face às despesas. Mesmo com a diminuição da medida de ganhos de preços preferida pela Reserva Federal, o custo dos alimentos, da gasolina, do seguro automóvel e de outros bens essenciais continua elevado após dois anos de aumentos persistentes. A taxa de inflação subjacente é de 4,3%.
A ajuda dos EUA também financia sementes e fertilizantes para agricultores ucranianos e cobre os salários de todos os 57 mil socorristas ucranianos.
O senador Lindsey Graham (R-SC) argumentou que o envio de ajuda à Ucrânia era um “grande negócio para a América”.
“Aqui está o que obtivemos com nosso investimento. Não perdemos um soldado. Reduzimos o poder de combate do exército russo em 50% e nenhum de nós morreu nesse esforço”, disse Graham à CBS News. “Este é um grande negócio para a América.”
O Tenente do Exército Ucraniano Oleksandr Shyrshyn disse à rede que os ucranianos estão pagando “com suas vidas”.
“E acredito e espero que as suas vidas custem muito mais do que dinheiro, muito mais do que o dinheiro dos contribuintes”, disse ele.
A Ucrânia é classificada como o segundo país mais corrupto da Europa pela Transparência Internacional, mas os seus políticos insistem que o país está monitorando a ajuda dos EUA e não a deixa ser desviada.
No entanto, de acordo com o relatório, as autoridades americanas estão agora investigando quatro casos criminais envolvendo ajuda não militar. Além disso, 170 funcionários do governo ucraniano — incluindo oficiais militares de alta patente — foram acusados de casos de corrupção apenas este ano.
Agora, a administração Biden pede ao Congresso que aprove outros 24 milhões de dólares, o que elevaria a ajuda total dos EUA à Ucrânia para 135 milhões de dólares desde o início da guerra.
No entanto, com o apoio público americano à ajuda à Ucrânia diminuindo e com a lenta economia dos EUA, mais de duas dezenas de senadores e legisladores dos EUA dizem que nem mais um dólar deveria ser destinado à Ucrânia.
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