Holanda – relatos de casamentos forçados estão aumentando; 43 até agora este ano

Nltimes, 01/09/2023 

O Centro Nacional para o Casamento Forçado e o Abandono (LKHA) recebeu 43 relatos de jovens que foram forçados a casar ou foram abandonados no estrangeiro até agora este ano. Isso é significativamente mais do que no mesmo ponto do ano passado. Em todo o ano de 2022, o LKHA recebeu 50 relatórios, informa a NOS.

“É notável que a contagem já esteja tão alta. Esperamos que o número aumente nas próximas semanas devido ao reinício das escolas”, disse o gerente da LKHA, Diny Flierman, à emissora. Assim que as escolas reabrem após o verão, professores e amigos percebem quando há vagas vazias e denunciam às autoridades.

“Ao mesmo tempo, nem todos denunciam. Em nossa opinião, o número real é muito maior. Nem todo mundo se atreve a dar o alarme.” A Statistics Netherlands (CBS) estima que centenas de vezes por ano um jovem é forçado a casar com alguém ou deixado no estrangeiro pelos seus pais. As vítimas são predominantemente meninas.

A NOS falou com uma mulher de 21 anos que recebeu ajuda do LKHA. Seus pais piraram quando ela começou um relacionamento com alguém de origem cultural diferente. “Eu vi um futuro com ele. Compartilhávamos a mesma religião. Você não deve fazer distinções com base na cor ou origem da pele. Mas meus pais colocaram a cultura acima da religião”, disse ela.

Ela se recusou a romper o relacionamento e, por um tempo, parecia que seus pais aceitariam isso. Depois, foram ao exterior visitar um parente gravemente doente. “Chegando lá, meus pais pegaram meu passaporte. Eles pensaram que eu deveria continuar minha vida lá”, disse a jovem.

A jovem não aceitou e procurou ajuda secretamente. Ela finalmente fez contato com o LKHA por meio de um grupo no Facebook para mulheres. A LKHA ajudou-a a regressar aos Países Baixos alguns meses após o seu abandono no estrangeiro. “Meus pais descobriram muito mais tarde que eu não estava mais lá. Entraram em contato comigo, mas não respondi. Quero reconstruir minha vida em paz. Preciso de tempo para isso".

“Para muitos pais de origem não ocidental (islâmicos e do Oriente Médio), é importante que os seus filhos voltem para casa com um parceiro da mesma origem”, disse à NOS Shirin Musa, da organização de direitos das mulheres Femmes For Freedom. “Se as coisas correrem de forma diferente do que imaginam, as crianças podem ser rejeitadas ou, em alguns casos, casadas ou deixadas para trás no estrangeiro.”

Os relatos de casamentos forçados ou de abandono no estrangeiro provêm principalmente do Oriente Médio, de partes da África e de algumas áreas do Sudeste Asiático. Mas a LKHA e a Femmes For Freedom também estão a receber relatórios de alguns países europeus (onde predominam muçulmanos), incluindo Bulgária, Grécia, Dinamarca e Espanha. “Temos sinais concretos de mulheres que estão presas no estrangeiro há anos e não conseguem renovar a sua autorização de residência ou passaporte. A certa altura, você perde o direito a tal autorização ou a sua nacionalidade holandesa, e então a embaixada não oferece ajuda.”

Se precisar de ajuda com esse problema ou estiver preocupado com outra pessoa, entre em contato com LKHA ou Veilig Thuis.

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Fonte:https://nltimes.nl/2023/09/01/reports-forced-marriages-rise-43-far-year