RTN, 31/08/2023
Por Didi Rankovic
A Accrete AI anunciou que recebeu um contrato do Comando de Operações Especiais dos EUA (USSOCOM) para implantar sua ferramenta chamada Argus Social, que supostamente fornecerá previsão em tempo real de “ameaças de desinformação das mídias sociais”.
A Accrete – descrita como uma empresa de duplo propósito, cujo site declara que fornece “agentes de IA universalmente configuráveis, confiáveis e precisos para automação de decisões” – anunciou o acordo com o USSOCOM em um comunicado à imprensa.
Ele observa que o Argus foi projetado para primeiro analisar dados de mídia social (a partir do que se refere como ameaças de “código aberto” – ou seja, conteúdo disponível publicamente percebido como ameaça) e depois fazer previsões com base nesses dados.
O que é suposto prever são “narrativas emergentes” – e os clientes recebem algo que a empresa apregoa serem relatórios de inteligência gerados, produzidos a uma velocidade e com uma escala que “capacita” os militares para depois procederem à “neutralização das ameaças de desinformação viral”.
É uma proposta bastante grandiosa, que o Departamento de Defesa dos EUA já aderiu e comprou, uma vez que Accrete já tem um acordo com o DoD, que remonta a 2022. Agora, um novo contrato diz respeito especificamente ao USSOCOM e destina-se a dar capacidade em tempo real de “previsão de ameaças nas redes sociais”.
O fundador e CEO da Accrete, Prashant Bhuyan, é citado como tendo dito que a segurança nacional e a sociedade civil dos EUA, enfrentam ameaças das várias maneiras, pelas quais a mídia sintética criada pela “IA” é usada nas redes sociais, acrescentando que, uma vez que é “amplamente reconhecido” que o espaço da mídia social não é regulamentado, os adversários aproveitam as vulnerabilidades e “manipulam o comportamento através da desinformação”.
Não está claro, contudo, que tipo de regulamentação das redes sociais evitaria “vulnerabilidades” que permitem a manipulação “através da desinformação”.
“O USSOCOM está na ponta da lança ao reconhecer a necessidade crítica de identificar e prever analiticamente as narrativas das redes sociais numa fase embrionária, antes que essas narrativas evoluam e ganhem força”, disse Bhuyan.
De acordo com o mesmo comunicado de imprensa, Bhuyan está muito otimista quanto ao futuro do tipo de produtos “previsão” que a Accrete está a vender, esperando que o mercado “exploda” – já que o CEO afirma que tanto os governos, como as empresas privadas, enfrentam “uma necessidade urgente” para lidar com conteúdos como deepfakes, “narrativas virais” e mais do que é considerado aqui como aplicações prejudiciais de IA nas redes sociais.
Pensando nisso, a Accrete também anunciou o que chama de versão empresarial da ferramenta existente, Argus Social. Esta nova versão, Nebula Social, estará disponível ainda em 2023, prometendo a mesma funcionalidade – detecção de ameaças de desinformação.
“Gerenciar o risco de mídia sintética gerado pela IA, requer um agente de IA capaz de aprender de forma autônoma, o que é mais importante para uma empresa e prever as narrativas emergentes mais relevantes da mídia social em todas as modalidades, incluindo linguagem, imagem, vídeo e áudio, antes que elas influenciem o comportamento”, dizia o anúncio da Accrete.
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Fonte:https://reclaimthenet.org/ussocom-to-pay-for-social-media-surveillance-tool-to-combat-disinformation
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