Sebastián Marset à esquerda e Marcelo Pecci à direita |
Nota do editor
O narcotraficante, Sebastián Marset, que é apontado como um dos principais mandantes da morte do promotor paraguaio Marcelo Pecci na Colômbia, em 2022, entre outros crimes, como por exemplo, ser o chefe do cartel de drogas uruguaio o Primeiro Comando Uruguaio, conseguiu fugir da Bolívia. Mas não sem antes declarar que recebeu uma ajuda das forças de segurança da Bolívia. Tal como aconteceu com Cesare Battisti, a Bolívia tornou-se um santuário improvisado para fugitivos da justiça. No caso Battisti, ela resolveu ser pragmática e entregá-lo, pois poderia perder o comércio com o Brasil do então presidente eleito, Jair Bolsonaro. Agora parece que a Bolívia não tem muito a dever para o Paraguai, Colômbia e Uruguai. O caso Pecci é emblemático por uma série de motivos: primeiramente, Pecci é um ex-procurador que atuava em Ciudad del Este, um enclave dominado pelo dinheiro do crime organizado, especialmente do grupo Hezbollah ligado ao ex-vice-presidente paraguaio, Hugo Velázquez, delatado principalmente pela justiça americana como tendo vínculos com o narcotráfico, junto com seu ex-companheiro de partido e também ex-presidente, Horácio Cartes.
A morte de Pecci foi significativa, pois ele atuava no enclave onde Velázquez foi procurador, o que demonstra que há algum interesse do ex-vice-presidente em sua morte, uma vez que Velázquez viu suas pretensões presidenciais minguarem pelas acusações do Departamento de Estado norte-americano, ao acusá-lo não só de corrupto, mas também sócio do narcotráfico. A morte de Pecci envolveu centenas de cartéis latino-americanos e centro-americanos. Com destaque para o assassino que é de origem colombiana, e dos seus comparsas, que eram venezuelanos. Se confirmado, caso Marset seja apanhado, Evo Morales deveria se preocupar muito mais consigo mesmo, uma vez que as acusações de Marset estão sendo usadas pelo ex-presidente para minar Luiz Arce, seu poste na presidência, a quem agora trata como desafeto. Se Marset abrir o bico, Morales terá de se exilar na Nicarágua, e levar Arce consigo, pois ele acredita que a alcunha de narco-estado é uma característica do governo Arce, quando na verdade, ela é usada para se referir ao seu governo corrupto desde sempre.
"Me entregar não é uma opção": Marset reapareceu com vídeo e garantiu que saiu da Bolívia "há um tempo"
TM, 13/08/2023
“Que a polícia boliviana me capture também não é uma opção, sou bastante inteligente para vocês, para não dizer que eles são muito estúpidos, é melhor dizer que sou mais inteligente”, disse ele.
O narcotraficante uruguaio Sebastián Marset reapareceu nas últimas horas com um extenso vídeo no qual mostra o rosto por alguns instantes e se refere às denúncias contra ele.
No vídeo, transmitido por vários meios de comunicação bolivianos como DTV Noticias , Marset garante que não está mais na Bolívia, onde conseguiu evitar um megaoperativo que tentou capturá-lo há duas semanas.
"Saí da Bolívia há algum tempo, então não me procurem mais lá. Bem, se quiserem podem continuar me procurando, mas digo que estou longe", disse.
Ele também chamou os policiais bolivianos de "muito burros". "Eu digo a vocês que me entregar não é uma opção e que a polícia boliviana também não é uma opção, sou bastante inteligente para vocês, e para não dizer que eles são muito estúpidos, é melhor dizer que sou mais inteligente. Não subestimo a Polícia, mas a boliviana sim, vocês sabem que se eu abrir a boca a coisa fica complicada", disse.
No mesmo diálogo, ele garantiu que “tem muita informação” e que se falar “a política da Bolívia vai passar por um inferno”.
Em outro parte, Marset assegurou que o então detido "Colla", apresentado pela polícia boliviana como seu braço direito, não o é: "Acho que se enganaram sobre Colla, porque posso dizer que vi este homem duas ou três vezes em minha vida, ele praticamente não tem vínculo comigo, nem sei o que ele faz".
Por fim, ele se distanciou de ameaças a jornalistas. Conforme relatado, fotos de pentes de armas e a seguinte mensagem foram enviadas semanas atrás: "Olá, se você continuar a fazer artigos de jornal sobre mim, haverá consequências".
A mensagem foi enviada ao Canal 4 de um número de telefone com prefixo nas Ilhas Malvinas, para o mesmo celular do canal com o qual Marset havia se comunicado em agosto de 2022. Jornalistas bolivianos também receberam a mesma mensagem.
"Eu não mandei ameaça a nenhum jornalista, essa foto com ameaça com pentes de armas foi mandada por um idiota, eu não faço esse tipo coisas. As coisas que eu faço vocês vão saber bem porque eu coloco meu rosto, faço um vídeo ouvirão a minha voz Os jornalistas fazem o seu trabalho e eu não fico bravo com nenhum deles, às vezes eles falam besteira, mas a informação que eles pegam vem das pessoas erradas", disse.
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