RTN, 11/07/2023
Por Christina Maas
Totalmente pró-censura, a recente crítica do comissário europeu Thierry Breton a plataformas de mídia social como TikTok e Snapchat, por censura de conteúdo supostamente inadequada durante os tumultos na França despertou preocupações entre os defensores da liberdade de expressão.
Falando na rádio France Info, Breton destacou a suposta falha das empresas em controlar o conteúdo relacionado à agitação civil, um ponto de vista de que alguns temem que possam potencialmente infringir a liberdade de expressão.
Os tumultos que assolaram as cidades francesas após um tiroteio policial envolvendo um adolescente em 27 de junho, foram amplificados por vídeos divulgados nas redes sociais, segundo o presidente francês Emmanuel Macron.
Enquanto Macron argumenta que a disseminação desses vídeos exacerbou a agitação, os defensores da liberdade de expressão podem interpretar a situação de maneira diferente, vendo a mídia social como uma plataforma para os cidadãos documentarem e compartilharem relatórios sem censura em tempo real de eventos que acontecem em sua comunidade.
A partir de 25 de agosto, de acordo com a Lei de Serviços Digitais da UE, a União Européia terá poderes mais substanciais para fazer cumprir as regras que regem a remoção de conteúdo. Breton esclareceu que qualquer plataforma que não eliminar “conteúdo odioso” enfrentará penalidades imediatas, incluindo multas e suspensões. Essa perspectiva levanta questões sobre onde traçar a linha entre conteúdo nocivo e liberdade de expressão, um debate contínuo na era digital.
Breton garantiu que a ação contra plataformas não conformes seria rápida, afirmando que “as plataformas terão que nos mostrar que estão em posição de aplicar a lei”. Este comentário, embora indicativo de uma abordagem proativa à censura de conteúdo, alimenta preocupações sobre o potencial de censura e restrições à liberdade de expressão.
Em resposta aos eventos que se desenrolam, Mark Zuckerberg, CEO da Meta Platforms Inc., contratou mais 1.000 censores, de acordo com Breton. Ele também sugeriu que a Meta confirme a conformidade de seu novo aplicativo, Threads, com a legislação da UE antes de seu lançamento no bloco.
Artigos recomendados: Censura e UE
Nenhum comentário:
Postar um comentário