RTN, 17/06/2023
Por Dan Frieth
O Tony Blair Institute está pressionando por uma mudança distópica no cenário do serviço público do Reino Unido. Um novo relatório do instituto defende a introdução de um sistema de identificação digital abrangente como o eixo central, tudo sob o pretexto de criar acesso simplificado, eficiente e personalizado aos serviços públicos.
O emaranhado: Tal como está, os cidadãos do Reino Unido lidam com uma rede de vários pontos de acesso diferentes para serviços governamentais. No entanto, fazê-lo dessa maneira limita a quantidade de controle centralizado que o governo tem sobre os cidadãos. O relatório do instituto Blair propõe que as identidades digitais podem reformular radicalmente esse ecossistema complicado, “autorizando” os cidadãos a tomar as rédeas de seus dados. Não está claro como abrir mão de mais dados é empoderador.
Destaque do setor: o relatório destaca o potencial multifacetado das identidades digitais em setores como educação, saúde, imigração e assistência social. Por exemplo, em parceria com a Big Tech, na educação, os IDs digitais podem “ajudar” na consolidação de insights de dados coletados por meio de aplicativos como o Classroom do Google, e facilitar o compartilhamento dessas informações com os pais.
Cuidados de saúde: ao alavancar IDs digitais e vinculá-los aos cuidados de saúde, o plano é que os médicos possam criar tratamentos sob medida para os pacientes, aprimorando o atendimento personalizado. No entanto, centralizaria ainda mais os dados médicos privados de um paciente.
Revisão da imigração: Um ponto notável no relatório é a oportunidade de renovar o sistema de imigração e asilo, que atualmente tem um preço anual de £ 3 bilhões (US$ 3,8 bilhões), incluindo £ 6 milhões (US$ 7,6 bilhões) por dia para hospedagem em hotéis e £ 219 milhões ($ 280 milhões) anualmente em detenções. Os pedidos de asilo em 2022 aumentaram para níveis não vistos desde 2003, com a maioria chegando por rotas perigosas. As identidades digitais podem reformular isso, afirma o relatório, permitindo que os requerentes de asilo se inscrevam em embaixadas no exterior. No entanto, isso também significaria que todos os cidadãos exigiriam uma identificação digital.
Sentimento público: De acordo com o Blair Institute, o público britânico adora essa ideia. Ele alega que há uma prontidão palpável entre a população do Reino Unido para se tornar digital, e mais de 60% dos residentes sinalizam disposição de compartilhar dados pessoais para acesso a serviços online.
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