LDD, 02/06/2023
O governo confirma uma extensão maciça do swap com a China, e as reservas disponíveis livremente são dobradas de 5.000 para 10.000 milhões de dólares. Também foi aprovado um empréstimo de US$ 3 bilhões para obras de infraestrutura, energia e transporte público.
O governo Kirchner decidiu aprofundar brutalmente o endividamento externo com a ditadura chinesa, a fim de adiar uma maior desvalorização da taxa de câmbio oficial. A viagem do ministro Sergio Massa à China acabou renovando o intercâmbio com o país por mais 3 anos.
Desta forma, o swap com a China aumenta para um total de 18.000 milhões de dólares, o que acaba por constituir um empréstimo que mais cedo ou mais tarde terá de ser enfrentado. O Banco Central amplia suas reservas disponíveis livremente no swap de US$ 5.000 milhões para US$ 10.000 milhões.
A expansão das reservas disponíveis no BCRA servirá a dois objetivos principais: por um lado, continuar financiando importações e operações de comércio exterior (principalmente com China e Brasil) e, por outro, facilitar uma maior intervenção do dólar em mercados alternativos legais, como o CCL ou o dólar MEP.
O endividamento externo é a principal (e praticamente a única) ferramenta que resta ao governo para continuar adiando um forte salto discreto na taxa de câmbio oficial.
Por outro lado, o regime comunista chefiado por Xi Jinping aprovou uma linha de crédito de até US$ 3.000 milhões para financiar diversos projetos em obras de infraestrutura, energia e transporte público. É um empréstimo concebido como parte do programa "Rota da Seda", que se dedica a financiar projetos de infraestrutura em todo o mundo.
Estes adquiriram uma relevância recente devido à iniciativa frontal da primeira-ministra Giorgia Meloni de retirar a Itália deste acordo o mais rapidamente possível. A Argentina segue o caminho diametralmente oposto e aprofundará sua dependência geopolítica de Pequim.
Mais uma vez, a principal vocação do Governo para subscrever este empréstimo não é nem promover infraestruturas, muito menos comércio internacional, mas simplesmente obter uma nova fonte de dólares frescos com a qual possa continuar a sustentar a sangria das reservas do BCRA.
No total, a turnê de Massa estendeu a dívida externa com a China para 21 milhões entre o swap e empréstimos diferenciais para infraestrutura. Em poucas horas, o ministro da Economia aumentou o peso da dívida com o regime chinês em uma quantia equivalente à metade do empréstimo com o Fundo Monetário Internacional.
Por outro lado, o ministro também pretende acelerar os desembolsos do FMI para continuar fortalecendo as reservas internacionais e chegar às eleições sem um caos cambial tão pronunciado.
Massa e o FMI negociam o fechamento de um acordo definitivo para as próximas duas semanas, já que as diretrizes anteriores (aquelas que correspondem à quarta revisão do programa) estão totalmente boicotadas: o governo não cumpriu praticamente todas as metas, incluindo as diretrizes fiscal, monetária e de acumulação de reservas.
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