ZH, 05/04/2023
Por Tyler Durden
Espera-se que uma grande reunião dos principais enviados da Arábia Saudita e do Irã aconteça em Pequim na quinta-feira, quando o próximo passo significativo na reaproximação mediada pela China e na normalização dos laços entre os inimigos de longa data toma forma.
Como ressalta a Reuters, "o encontro entre o príncipe Faisal bin Farhan Al Saud e seu homólogo iraniano, Hossein Amirabdollahian, será o primeiro encontro formal entre a Arábia Saudita e os diplomatas mais graduados do Irã em mais de sete anos".
Um alto funcionário iraniano também confirmou: "Os principais enviados concordaram em se reunir em 6 de abril em Pequim, pois o acordo foi facilitado pela China". Em pauta está prevista a reabertura mútua de embaixadas e nomeação de embaixadores.
O mais importante e ilustrativo de como os ventos geopolíticos estão soprando é o seguinte :
"A era do envolvimento dos Estados Unidos nesta região acabou ... Os países da região são capazes de preservar a segurança e a estabilidade no Oriente Médio sem a interferência de Washington", disse outra autoridade iraniana.
Sobre a questão da China, o poderoso rival dos EUA, liderando o caminho na mediação da paz, o jornal Asharq al-Awasat, de propriedade saudita, citou uma fonte em Riad para dizer que a escolha da China como país anfitrião para a reunião "veio como uma extensão da opinião positiva de Pequim importante na obtenção do acordo e na facilitação da comunicação entre os dois países."
Quanto a Teerã e Riad, não apenas a rivalidade regional, que mais se intensificou durante a década da guerra por procuração na Síria, que começou em 2011, foi estabelecida em meio a uma divisão de séculos sobre a interpretação correta do Islã (Irã xiita vs. Arábia Saudita sunita Arábia), mas também se espalhou em lugares como o Iêmen, cenário de outra guerra por procuração que opõe rebeldes xiitas contra um governo apoiado pelos sauditas.
The collapse of U.S. influence over Saudi Arabia and the Kingdom’s new alliances with China and Iran are painful emblems of the abject failure of the Neocon strategy of maintaining U.S. global hegemony with aggressive projections of military power. China has displaced the…
— Robert F. Kennedy Jr (@RobertKennedyJr) April 4, 2023
Os sauditas e os iranianos também se enfrentam no apoio a facções políticas rivais dentro do Líbano, com Teerã sendo o maior apoiador do grupo paramilitar xiita Hezbollah. Por essas razões, as acusações de apoio ao terrorismo têm sido frequentemente lançadas de um lado para o outro ao longo dos anos. A mídia estatal iraniana, por exemplo, há muito acusa os sauditas de serem os principais apoiadores secretos do Estado Islâmico (ISIS) em seu esforço para derrubar o presidente Assad na Síria.
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