Africanews, 21/04/2023
O primeiro centro de vacinas de mRNA da África foi lançado cerimonialmente na quinta-feira para aclamação do chefe de saúde global da ONU, que a saudou como uma mudança histórica para ajudar os países pobres a obter acesso a vacinas que salvam vidas.
A instalação foi instalada na cidade sul-africana da Cidade do Cabo em 2021 com base no sucesso das revolucionárias vacinas anti-Covid introduzidas pela Pfizer/BioNTech e Moderna.
"Este precioso projeto... trará uma mudança de paradigma ao abordar o sério problema que enfrentamos, o problema da equidade, durante a pandemia, para que não se repita novamente", disse o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, a um coletiva de imprensa para marcar a inauguração.
“Na época, a África do Sul e o resto do mundo em desenvolvimento estavam no final da fila quando se tratava de acesso a vacinas do COVID-19 que salvavam vidas”, disse o ministro da Ciência e Inovação da África do Sul, Blade Nzimande.
O hub já estabeleceu a produção de vacinas de mRNA em escala laboratorial e atualmente está ampliando e validando a produção de vacinas Moderna em escala comercial.
A vacina pode ser mantida em temperaturas relativamente quentes, facilitando o armazenamento em ambientes de baixa e média renda, onde a refrigeração extrema pode ser difícil.
A outra função do hub é servir de guia para os fabricantes dos países mais pobres, ajudando-os a adquirir o know-how para produzir "vacinas" de mRNA em grandes quantidades e de acordo com os padrões internacionais.
A pandemia de Covid-19 que eclodiu no início de 2020 expôs a enorme dependência da África de vacinas importadas.
Pouco mais de 50% dos 1,2 bilhão de habitantes do continente estão totalmente vacinados contra o coronavírus, de acordo com os Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
As vacinas que usam mRNA provocam uma resposta imune ao entregar moléculas genéticas contendo o código para partes-chave de um patógeno em células humanas.
A pandemia de Covid-19 forneceu um teste crucial para a tecnologia incipiente, demonstrando como uma vacina segura e eficaz poderia ser criada na velocidade da luz em comparação com anos para vacinas tradicionais.
Criado com o apoio da OMS, o projeto da Cidade do Cabo é administrado pela empresa biofarmacêutica sul-africana Biovac, pela empresa de biotecnologia Afrigen e pelo Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul.
O polo tem potencial para expandir a capacidade de fabricação de outras vacinas e produtos, como insulina para tratar diabetes, remédios contra o câncer e, potencialmente, vacinas para doenças como malária, tuberculose e HIV.
O financiamento até o momento é de US$ 117 milhões, com apoio principalmente da União Européia, França, Alemanha e Canadá.
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Fonte:https://www.africanews.com/2023/04/20/who-hails-africas-first-mrna-vaccine-hub/
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