DL, 21/03/2023 – Com AFP
O aumento do risco de câncer de mama já era bem conhecido pelos métodos contraceptivos combinados de progestágeno e estrogênio.
Todos os contraceptivos hormonais carregam um risco ligeiramente aumentado de câncer de mama , incluindo os cada vez mais amplamente usados contraceptivos à base de progestógeno, de acordo com um estudo publicado na terça-feira.
Os pesquisadores que conduziram o estudo enfatizaram que o aumento do risco de câncer de mama deve ser ponderado em relação aos benefícios dos contraceptivos hormonais, incluindo a proteção que eles fornecem contra outras formas de câncer feminino.
O aumento do risco de câncer de mama já era bem conhecido pelos métodos contraceptivos combinados de progestágeno e estrogênio.
Mas, embora o uso de contraceptivos apenas com progestagênio tenha aumentado por mais de uma década, poucas pesquisas até agora se concentraram em seu efeito específico no risco de câncer de mama.
O novo estudo, publicado na revista PLOS Medicine, descobriu que o risco de uma mulher desenvolver câncer de mama era quase o mesmo para contraceptivos hormonais que continham estrogênio e progesterona e para aqueles que continham apenas progesterona.
De acordo com esta pesquisa, as mulheres que usam anticoncepcionais hormonais têm cerca de 20% a 30% a mais de risco de desenvolver câncer de mama, independentemente de como o usam (pílula, DIU, implante ou injeção) ou da fórmula usada (estrogênio, progestágeno ou somente progestágeno).
As descobertas são semelhantes às publicadas anteriormente, inclusive em um grande estudo de 1996 .
Levando em consideração que a probabilidade de câncer de mama aumenta com a idade, os autores do estudo calcularam quanto o excesso de risco absoluto está associado aos contraceptivos hormonais.
Para as mulheres que tomaram anticoncepcionais hormonais durante um período de cinco anos, entre 16 e 20 anos, isso representou oito casos de câncer de mama por 100.000. Entre 35 e 39 anos, foram 265 casos por 100.000, disseram eles.
Risco transitório
"Ninguém quer ouvir que algo que está tomando aumentará o risco de câncer de mama", disse Gillian Reeves, professora da Universidade de Oxford e coautora do estudo.
Mas “o que estamos a falar aqui é de um aumento muito pequeno do risco absoluto”, sublinhou em conferência de imprensa.
Ela acrescentou: "Esses aumentos no risco de câncer de mama, é claro, precisam ser vistos no contexto do que sabemos sobre os muitos benefícios de tomar anticoncepcionais hormonais".
“Não apenas em termos de controle de natalidade, mas também porque sabemos que os contraceptivos orais realmente fornecem proteção substancial e de longo prazo contra outros cânceres femininos, como câncer de ovário e câncer de endométrio”, disse ela .
O estudo também confirmou, como outros, que o risco de câncer de mama diminui nos anos após a mulher parar de usar contraceptivos hormonais.
Stephen Duffy, professor da Queen Mary University of London, que não participou do estudo, descreveu as descobertas como "tranquilizadoras de que o efeito é modesto".
O estudo envolveu dados de quase 10.000 mulheres com menos de 50 anos que desenvolveram câncer de mama entre 1996 e 2017 no Reino Unido, onde o uso de contraceptivos apenas com progestágeno é tão difundido quanto o método combinado.
Contraceptivos só de progestógeno são recomendados para mulheres que estão amamentando, que podem estar em risco de problemas cardiovasculares ou que são fumantes com mais de 35 anos de idade.
Entre os "fatores múltiplos" que explicam o aumento do uso, pode ser que "as mulheres agora estejam tomando anticoncepcionais mais tarde" em suas vidas e, portanto, tenham mais dessas condições naturalmente, disse Reeves.
Artigos recomendados: Aborto e Demografia
Nenhum comentário:
Postar um comentário