BTB, 13/02/2023
Por Luke Nolan
O Google está se preparando para lançar uma nova “campanha de pré-bunking” na Alemanha, alegando que seu objetivo é educar as pessoas sobre os efeitos prejudiciais da “desinformação” online.
A AP News relata que o gigante da tecnologia Google anunciou planos para lançar uma coleção de vídeos “pré-bunking” para ensinar os alemães a reconhecer informações falsas antes de se depararem com elas. Os vídeos serão promovidos em sites como Facebook, YouTube e TikTok. Uma campanha semelhante também está em andamento na Índia.
A técnica Prebunking concentra-se nos métodos que tornam as informações virais, incluindo informações que o Google rotula como “desinformação”, extremamente contagiosas. Os Mestres do Universo do Vale do Silício afirmam que informações virais sobre tópicos, desde coronavírus e mudança climática até eleições e tiroteios em massa, frequentemente usam táticas como exagero, bode expiatório, comparações falsas e falta de contexto.
Até agora, o maior teste da teoria foi a campanha de pré-bunking do Google na Europa Oriental no outono do ano passado. A campanha incluiu vários vídeos desmascarando afirmações exageradas e infundadas feitas sobre refugiados ucranianos. No Facebook, TikTok, YouTube e Twitter, os vídeos foram vistos 38 milhões de vezes, igual à população combinada dos três países. Os pesquisadores descobriram que aqueles que assistiram aos vídeos eram mais propensos a reconhecer táticas de desinformação e menos propensos a espalhar informações supostamente falsas para outras pessoas do que aqueles que não assistiram.
A nova campanha do Google na Alemanha se concentrará em imagens e vídeos e na facilidade com que podem ser usados para apoiar falsas reivindicações. Por exemplo, após o terremoto que atingiu a Turquia na semana passada, alguns usuários de mídia social postaram um clipe da enorme explosão que ocorreu em Beirute em 2020, alegando que o terremoto havia causado uma explosão nuclear.
As empresas de tecnologia preferem o prebunking, de acordo com Sander van der Linden, professor da Universidade de Cambridge e a maior autoridade mundial no assunto, porque evita questões delicadas que podem rapidamente se tornar politicamente divisivas.
No entanto, prebunking tem suas próprias dificuldades. Os efeitos dos vídeos acabam desaparecendo, tornando necessário o uso de "booster" de vídeos recorrentes. Os vídeos também devem ser bem feitos e adaptados para vários idiomas, culturas e dados demográficos, a fim de manter o interesse do espectador. O Google descobriu que os resultados de sua campanha na Europa Oriental variavam de país para país, com os vídeos tendo maior impacto na Polônia, mas tendo pouco ou nenhum impacto na Eslováquia. Os pesquisadores teorizam que isso pode ocorrer porque os vídeos foram dublados em eslovaco, em vez de produzidos especialmente para o mercado local.
O Google está extremamente preocupado com o que considera “desinformação” online há algum tempo, chegando a manipular resultados de pesquisa e aumentar a censura em suas plataformas para impedir a menção de qualquer coisa que considere falsa. Será interessante ver os tipos de “desinformação” que o Google tenta “pré-bunkar”. Embora o Google tenda a encobrir suas atividades sob o pretexto de combater a desinformação, na prática, muitas vezes simplesmente assume a forma de censurar os conservadores, como quando o gigante das buscas apagou o Breitbart News dos resultados da pesquisa quando o assunto era Joe Biden.
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