22 de jan. de 2023

Uma solução para o excesso de CO2? Novo estudo propõe fertilizar o oceano




SCTD, 21/01/2023



O fertilizante à base de ferro na forma de nanopartículas tem o potencial de armazenar o excesso de dióxido de carbono no oceano.

Uma equipe internacional de pesquisadores liderada por Michael Hochella, do Pacific Northwest National Laboratory, sugere que a utilização de organismos minúsculos pode ser uma solução para atender à necessidade premente de remover o excesso de dióxido de carbono do ambiente da Terra.

A equipe realizou uma análise, publicada na revista Nature Nanotechnology, sobre a possibilidade de semear os oceanos com partículas de fertilizantes ricos em ferro perto do plâncton oceânico, plantas microscópicas cruciais no ecossistema oceânico, para aumentar o crescimento e a absorção de dióxido de carbono do fitoplâncton.

A ideia é aumentar os processos existentes”, disse Hochella, pesquisador do Pacific Northwest National Laboratory. “Os humanos fertilizaram a terra para cultivar durante séculos. Podemos aprender a fertilizar os oceanos com responsabilidade”.


Na natureza, os nutrientes da terra chegam aos oceanos através dos rios e soprando poeira para fertilizar o plâncton. A equipe de pesquisa propõe levar esse processo natural um passo adiante para ajudar a remover o excesso de CO2 do oceano. Eles estudaram evidências que sugerem que a adição de combinações específicas de materiais cuidadosamente projetados poderia efetivamente fertilizar os oceanos, incentivando o fitoplâncton a agir como um sumidouro de carbono. Os organismos absorveriam carbono em grandes quantidades. Então, ao morrerem, afundariam profundamente no oceano, levando consigo o excesso de carbono. Os cientistas dizem que essa fertilização proposta simplesmente aceleraria um processo natural que já sequestra carbono com segurança em uma forma que poderia removê-lo da atmosfera por milhares de anos.

Neste ponto, o tempo é essencial”, disse Hochella. “Para combater o aumento das temperaturas, devemos diminuir os níveis de CO2 em escala global. Examinar todas as nossas opções, incluindo o uso dos oceanos como sumidouros de CO2, nos dá a melhor chance de resfriar o planeta.

Extraindo insights da literatura

Em sua análise, os pesquisadores argumentam que as nanopartículas projetadas oferecem vários atributos atraentes. Eles podem ser altamente controlados e ajustados especificamente para diferentes ambientes oceânicos. Revestimentos de superfície podem ajudar as partículas a se ligarem ao plâncton. Algumas partículas também têm propriedades de absorção de luz, permitindo que o plâncton consuma e use mais CO2. A abordagem geral também pode ser ajustada para atender às necessidades de ambientes oceânicos específicos. Por exemplo, uma região pode se beneficiar mais de partículas à base de ferro, enquanto partículas à base de silício podem ser mais eficazes em outro lugar, dizem eles.

A análise dos pesquisadores de 123 estudos publicados mostrou que vários materiais não tóxicos de metal-oxigênio podem aumentar com segurança o crescimento do plâncton. A estabilidade, a abundância da Terra e a facilidade de criação desses materiais os tornam opções viáveis ​​como fertilizantes de plâncton, argumentam eles.

A equipe também analisou o custo de criação e distribuição de diferentes partículas. Embora o processo fosse substancialmente mais caro do que a adição de materiais não modificados, também seria significativamente mais eficaz.

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Fonte:https://scitechdaily.com/a-solution-to-excess-co2-new-study-proposes-fertilizing-the-ocean/

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