ESGN, 24/01/2023
Portugal assinou um acordo para trocar a dívida de Cabo Verde por investimentos num fundo ambiental e climático que está a ser criado pelo arquipélago na costa da África Ocidental, anunciou esta segunda-feira o primeiro-ministro português, António Costa.
Esses acordos de troca de “dívida por natureza” estão surgindo em outros países e fazem parte das tentativas de resolver um dilema enfrentado pelos líderes mundiais sobre como e quem pagará a conta das ações tomadas para reduzir o impacto da mudança climática.
A ex-colónia portuguesa, que já sofre com a subida do nível do mar e uma perda significativa de biodiversidade devido ao aumento da acidez oceânica, deve cerca de 140 milhões de euros (152 milhões de dólares) ao Estado português e mais de 400 milhões aos seus bancos e outras entidades.
Costa adiantou que inicialmente vão ser colocados no fundo 12 milhões de euros de amortizações da dívida ao Estado previstas até 2025, acabando por aí parar “todo o valor das amortizações da dívida”, permitindo a Cabo Verde investir na transição energética e no combate contra as mudanças climáticas.
“Esta é uma nova semente que plantamos em nossa futura cooperação. As alterações climáticas são um desafio que se coloca à escala global e nenhum país será (ambientalmente) sustentável se todos os países não o forem”, disse Costa durante uma visita de Estado a Cabo Verde em declarações transmitidas pela televisão RTP.
🎙Ulisses Correia e Silva, Prime Minister of Cabo Verde: “The wind and sun who centuries ago represented hardship are now opportunities for renewable energies." #RacingWithPurpose #TheOceanRaceSummit pic.twitter.com/xhFal8trci
— The Ocean Race (@theoceanrace) January 23, 2023
Não especificou se a dívida a empresas portuguesas fazia parte do negócio, mas manifestou esperança de que as empresas “sejam também envolvidas nas várias áreas desde a eficiência energética, à produção de energia renovável” ou armazenamento de hidrogénio verde.
O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, disse que o seu país precisa urgentemente de criar mecanismos e instrumentos de financiamento para apoiar tais soluções e lidar com emergências naturais.
Os acordos de dívida pela natureza podem ajudar, pois podem produzir os chamados títulos verdes e azuis para financiar esforços de conservação em terra e no mar, que atraem um número crescente de investidores que buscam atender às emissões líquidas de carbono zero e outras metas ambientais.
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Fonte:https://esgnews.com/portugal-agrees-to-swap-cape-verdes-debt-for-environmental-investment/
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