RMX, 19/01/2023
Por Thomas Brooke
A violência das gangues na Suécia não mostra sinais de desaceleração após o nível recorde de tiroteios fatais no ano passado no país
Uma explosão na quarta-feira do lado de fora de um prédio de escritórios no distrito de Kista, em Estocolmo, elevou o número de atentados a bomba na Suécia para dois dígitos já no ano.
A explosão, que ocorreu na madrugada de quarta-feira na capital sueca, foi resultado de uma grande carga explosiva que detonou, causando grandes danos a um prédio de escritórios, disse o porta-voz da polícia Ola Osterling à emissora pública sueca SVT.
“A carga explosiva destruiu o portão e também temos danos no primeiro e segundo andares”, disse ele, confirmando que não houve vítimas registradas como resultado da explosão.
O atentado ocorreu apenas um dia depois que um restaurante no distrito da ilha de Södermalm, em Estocolmo, foi alvo de uma forte explosão. Esse incidente resultou em danos consideráveis no restaurante e nos edifícios residenciais próximos, que tiveram as janelas quebradas como resultado da explosão.
A polícia está investigando uma possível ligação entre os ataques e tiroteios nos subúrbios de Estocolmo de Märsta e Kallhäll no início deste ano, de acordo com a SVT. Eles estão se recusando a descartar a violência relacionada a gangues.
A SVT informou na quarta-feira que os recentes atentados podem estar ligados a uma luta pelo poder no comércio de drogas na cidade sueca de Sundsvall, um mercado atualmente controlado por um homem ligado aos prédios de escritórios de Estocolmo alvo de explosivos.
“A polícia suspeita que outra figura proeminente dentro do meio das gangues suecas queira assumir o tráfico de drogas na área”, afirmou a emissora.
Explosões e tiroteios se tornaram comuns em toda a Suécia nos últimos anos, e o aumento da violência das gangues não mostra sinais de desaceleração em 2023.
No distrito de Farsta, no sul de Estocolmo, no início deste ano, os moradores foram instruídos pela polícia a permanecer em suas casas depois que um dispositivo explosivo foi detonado na escada de um prédio residencial nas primeiras horas.
Em 2 de janeiro, a polícia foi chamada ao local de dois incidentes em Grimsta, oeste de Estocolmo, depois que duas poderosas explosões de bombas devastaram prédios de apartamentos.
“Foi uma explosão extremamente poderosa que causou grandes danos à entrada do prédio residencial”, disse o policial Ola Osterling à agência de notícias TT na época.
“É terrível que isso aconteça na Suécia em 2023. Você deveria estar seguro em sua própria casa, mas aparentemente não”, disse um morador local à SVT.
Apesar das investigações policiais, estatísticas recentes citadas pela Radio Sweden revelaram que muitas vezes não levam a lugar nenhum, com apenas um em cada três atentados a bomba na Suécia resultando em prisão e processo bem-sucedido.
Uma série de tiroteios durante a temporada de férias em dezembro viu a Suécia registrar um recorde de 63 tiroteios fatais no ano passado, levando o ministro da Justiça do país, Gunnar Strömmer, a afirmar que o país está falhando em sua luta contra o crime de gangues.
Tiroteios e atentados tornaram-se sinônimos da crescente guerra entre gangues no país, particularmente na capital, Estocolmo. A maioria dos ataques ocorre nos subúrbios vulneráveis e de baixa renda da capital.
The situation is really bad in Sweden.
— PeterSweden (@PeterSweden7) January 17, 2023
So far this year there has now been 8 bombings in Stockholm - that is just 17 days.
The Sweden I grew up in no longer exists.
And the media isn't telling you about this!
Em 2019, quando questionado sobre a etnia dos presos em conexão com a tendência crescente de tiroteios e atentados, a chefe da inteligência sueca, Linda H Straaf, revelou que muitos suspeitos “cresceram na Suécia e são de grupos socioeconomicamente fracos, áreas socioeconomicamente fracas, e muitos talvez sejam imigrantes de segunda ou terceira geração”.
Em 2020, o então vice-chefe de polícia do país, Mats Löfving, revelou que havia aproximadamente 40 gangues de migrantes operando na Suécia que eram as principais responsáveis pelo aumento de crimes violentos.
“Esses clãs vieram para a Suécia apenas para organizar o crime. Eles trabalham para criar poder, têm uma grande capacidade de violência e querem ganhar dinheiro. E eles fazem isso por meio de crimes relacionados a drogas, crimes violentos e extorsão”, disse Löfving à televisão sueca na época.
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