BTB, 19/12/2022
Por Peter Caddle
O Catar ameaçou indiretamente cortar o fornecimento de gás natural à UE em meio a alegações de que a nação islâmica subornou autoridades em Bruxelas.
A nação islâmica do Catar expressou indignação com as acusações de que subornou vários figurões influentes em Bruxelas, ameaçando cortar o fornecimento de gás às nações europeias.
Numerosas pessoas, incluindo uma eurodeputada sênior, foram presas e acusadas em relação ao escândalo de corrupção que abalou os próprios alicerces da política da UE, com a polícia tendo supostamente confiscado € 1,5 milhão ($ 1,6 milhão) em dinheiro suspeito de estar ligado a corrupção.
Com grande parte da corrupção supostamente ligada a pessoas com o Catar tentando ganhar influência sobre os assuntos do órgão, o Parlamento Europeu congelou o trabalho em andamento em relação à nação islâmica e também proibiu os representantes do Catar de entrar nas instalações do parlamento.
No entanto, aparentemente insatisfeito com o súbito grau de escrutínio, o (jornal) Politico relata que funcionários do Catar exigiram que os políticos da UE abandonassem essas restrições, chamando-as de discriminatórias.
Caso Bruxelas recuse, o país sugere eufemisticamente que o fornecimento de energia do bloco pode ser colocado em perigo.
“A decisão de impor uma restrição tão discriminatória que limita o diálogo e a cooperação no Catar antes do término do processo legal afetará negativamente a cooperação regional e global em segurança, bem como as discussões em andamento sobre pobreza energética e segurança global”, um diplomata do país teria dito.
Os funcionários também expressaram desapontamento com as ações das autoridades belgas, especificamente que lideraram a investigação, com o representante do país enfatizando que seu país é “um importante fornecedor de GNL” para o estado membro da UE.
“É profundamente decepcionante que o governo belga não tenha feito nenhum esforço para se envolver com nosso governo para estabelecer os fatos, uma vez que eles tomaram conhecimento das alegaçõ
es”, comentou o diplomata.'Time to Drain the Swamp' – Orban Says 'Everyone Knew' EU was Corrupt Before Scandal https://t.co/3897fXIQvj
— Breitbart London (@BreitbartLondon) December 17, 2022
Uma ameaça tão velada contra o fornecimento de energia da UE provavelmente resultou em um sério caso de déjà vu para muitos legisladores europeus, com a união já tendo sido colocada em uma situação semelhante no início deste ano, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Antes do atual conflito entre as duas nações, a União Européia dependia em grande parte da Rússia para o abastecimento de petróleo e gás, com muitos países do bloco optando por importar de Moscou em vez de investir na produção doméstica de combustíveis fósseis por razões ligadas à ideologia ambientalista.
Tal situação resultou em Putin exercendo grande influência sobre muitos dentro do órgão, com vários figurões dentro de Bruxelas e além frequentemente acusando o Kremlin de “chantagem” depois que o país parou de abastecer o continente europeu. Depois que a guerra começou, as nações europeias fizeram um esforço comercial ao redor do globo para garantir novas fontes de gás natural para abastecer o continente, que na maioria das vezes vinha na forma de GLP.
O Catar é uma dessas novas fontes. Embora a dependência do Catar seja atualmente baixa para o bloco como um todo – cinco por cento ou menos – algumas nações são mais agradecidas do que outras. A Bélgica, o país amplamente responsável pela investigação em andamento sobre a corrupção na UE, depende do Catar para até 20% de seu suprimento de gás.
The European Union has seen imports of liquid natural gas from Russia rise to record levels this year, sending billions to Moscow while waxing poetic about their support of Ukraine.https://t.co/h1oSoZlcYI
— Breitbart London (@BreitbartLondon) December 6, 2022
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