Gabriel Boric presidente chileno |
CPN, 13/08/2022
O comunista sublinhou que "todas as instâncias de integração regional que reforçam a cooperação entre os nossos países parecem-me apontar numa boa direção" e destacou o exemplo europeu.
O comunista Gabriel Boric referiu-se à possibilidade de criar uma moeda única para ser utilizada em todos os países da América Latina e controlada por um único Banco Central regional como na União Europeia.
Boric expressou seu apoio à ideia e argumentou que “todas as instâncias de integração regional que fortalecem a cooperação entre nossos países me parecem apontar em uma boa direção“.
Suas declarações vieram durante sua visita à mudança de comando na Colômbia, depois que o novo presidente, Gustavo Petro, também comunista, foi a favor da proposta anteriormente mencionada por Lula no Brasil de criar uma moeda regional.
A medida parece ter algum apoio do establishment financeiro latino-americano, já que importantes empresários do Chile, Brasil e Argentina foram a favor. Nesta última, o dono da Ualá, Pierpaolo Barbieri, que recebe financiamento de George Soros, falou longamente sobre essa possibilidade, mostrando que existe até interesse internacional em uma unificação da moeda.
A ideia original pareceria ser uma moeda do Mercosul, e que esse "Banco Central do Mercosul" ficasse em São Paulo. No entanto, Boric era a favor da adesão do Chile e da Colômbia à iniciativa, o que ampliaria significativamente o escopo.
"Agora, esses mecanismos específicos são muito complexos. No caso europeu, se bem me lembro, começou com a comunidade econômica do carvão e do aço em 1951 e chegaram à moeda única em 2002″, explicou Boric, baixando as expectativas da esquerda que apela a uma maior centralização da política monetária.
Da mesma forma, indicou que “portanto, são processos de longo prazo e temos muito a avançar. Estávamos falando sobre a comunidade andina de nações, sobre o fortalecimento da CELAC”.
Na mesma linha, apelou a que "as nossas alianças não se baseiem apenas nas afinidades ideológicas do momento, mas na cooperação entre os nossos povos", uma frase que tem repetido com frequência ultimamente e que parece ser dirigida a eleitores de centro que necessita para aprovar a nova Constituição.
“Portanto, temos muitos elementos para avançar diante de algo dessas características, mas que seja considerado como objeto de estudo para o futuro, Estamos disponíveis para que faça parte das conversações”, sentenciou Boric.
Notas do editor do blog
Embora Gabriel Boric tenha se juntado a iniciativa, e Lula tenha ficado conhecido publicamente pela proposta na imprensa latino-americana, ela não é defendida única e exclusivamente pela esquerda, mas por figuras novas proeminentes, como o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, e o presidente recém-empossado da Costa Rica, Rodrigo Chávez (ambos de 'direita) - contudo, nesta era digital. Chávez vai ainda mais longe, propondo a emissão de moedas digitais dos bancos centrais, em vez da adoção das moedas existentes no curso legal. Basicamente, ele pede um ativo digital e relega as moedas criptos existentes a um lastro nacional, assim sendo, as moedas só seriam aprovadas debaixo dessa diretriz. Contudo, elas teriam que ter a validação dos bancos internacionais, o que provavelmente teria ressonância, uma vez que essa é a diretriz que o Fórum Econômico Mundial postulou.
Es un grave error hacer Dogecoins como moneda de curso legal, pues estarían expuestas a las volatilidades de cambio, por eso la solución es generar monedas Bitcoins emitidas por el Banco Central, para evitar el problema que se ha generado en El Salvador.#DEBATEEXTRA pic.twitter.com/R0fsvP2flF
— Rodrigo Chaves Robles (@conocearodrigo) March 24, 2022Enquanto os liberais quebram a cabeça para tentar entender porque seu amado Bitcoin está afundando como um bloco de concreto em um rio, as principais corretoras de moedas digitais estão ajudando países a estabelecer a tecnologia Blockchain, que se voltará futuramente para a centralização, e por fim emissão das moedas digitais. São os próprios corretores de criptomoedas que estão auxiliando, e pavimentando o caminho de sua centralização. O próprio BIS autorizou os bancos membros a reservar 1% de ativos em Bitcoins. Se o Bitcoin quebrar, novas iniciativas de moedas digitais centralizadas surgirão no seu lugar, mas não virão como um substituto imediato, mas sim como uma suposta garantia. O interesse do FEM é que os bancos centrais se interessem e integrem rapidamente um modelo digital, de modo a passar segurança aos investidores interessados.
O destino do Bitcoin está tão selado quanto o do papel moeda, cujo regulador maior, o dólar, está atrelado ao petróleo, que também está com seu destino selado. A questão aqui não é que as criptomoedas serão proibidas, mais sim que os bancos centrais pouco a pouco vão entrar no cenário, e ocupar o espaço, de modo que quem utiliza a tecnologia não terá escolha senão dançar conforme a música. O reset econômico será como o início da era petrolífera: quem começou a descobrir o potencial do Petróleo logo se viu em um mercado crescente e competitivo, de setores estatais e privados, e teve de jogar segundo as regulamentações dos mesmos. É isso o que acontecerá com as criptomoedas. Ledo engano dos liberais pensarem o contrário. Quanto mais pressionam o petróleo, mais pressionam o dólar, e mais desregulado o mercado se torna, e mais volátil as moedas se tornam, sempre trazendo a necessidade aquilo que o FEM quer.
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