ACI, 24/08/2022
Os Mosteiros Carmelitas do Chile, agrupados na Associação Santa Teresa de Los Andes, rejeitaram e repudiaram a posição do mosteiro das Carmelitas Descalças de San José de Maipo, que decidiu apoiar a proposta de uma nova Constituição no país, que entre outras coisas, promove a liberalização do aborto.
“A declaração emitida nos causa profunda dor e não representa a opinião das freiras carmelitas no Chile. Representa apenas a voz de um mosteiro, o único não associado dos treze mosteiros das Carmelitas Descalças do Chile”, indica a Associação em comunicado.
Em 22 de agosto, o Mosteiro das Carmelitas Descalças de San José de Maipo emitiu uma carta aberta ao "povo do Chile", assegurando que, si rechaçarem a proposta de uma nova Constituição, estariam "recusando-se a dar um grande passo pelo futuro do nosso País".
“Parece-nos que a nova Constituição, na qual 154 homens e mulheres escolhidos e mandatados pelo povo do Chile trabalharam ininterruptamente, reconhece os povos indígenas como nações, restaurando, ainda que parcialmente, suas terras, suas águas, sua língua e o essencial, sua dignidade, é um gesto que dignifica o Chile e alegra profundamente Maria, Virgem de Guadalupe”, diz a carta do mosteiro.
Da mesma forma, os Carmelitas de Maipo asseguraram que o texto constitucional “é ecológico, respeita e legisla sobre a natureza, como nos pede o Papa Francisco na encíclica Laudato Si”.
A Associação de Mosteiros Carmelitas do Chile lamentou que a declaração de suas irmãs "se marca com uma posição sobre a qual teremos que nos pronunciar no plebiscito de 4 de setembro próximo".
“Como mulheres e cidadãs, cada carmelita, no exercício de nossa liberdade e em consciência, decidirá o que é melhor para o Chile, tendo em mente que, como cristãs, é o Evangelho de Jesus Cristo e seus valores que devem guiar nós na tomada de decisões, decisões para nosso país, dentre elas defendemos a vida desde sua concepção até sua morte natural”, lembra o texto.
No passado, os Bispos do Chile criticaram a proposta de nova Constituição, pois levanta “o direito ao aborto, assume uma orientação questionável de educação sexual onde os pais participam de forma muito insuficiente e promove uma teoria radical de gênero”.
Eles também afirmaram que “coloca a liberdade religiosa em risco”.
No final do seu comunicado, a Associação dos Mosteiros Carmelitas disse que "humildemente e com muita esperança, convidamos-vos a trabalhar pela paz, diálogo e respeito mútuo, a partir dos nossos valores e princípios, para construir um país de irmãos onde todos nos sentimos parte disso e ninguém é excluído”.
“Rezamos pelo Chile e seu destino, rezamos por cada um de seus habitantes, para que, tendo Deus no centro, saibamos realizar a bela tarefa que o Senhor nos confia”, conclui a mensagem.
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