Euronews, 15/07/2022
Nas ruas da Macedónia do Norte continuam os protestos.
Grande parte do país rejeita a adopção de alterações constitucionais que permitiriam iniciar as negociações de adesão à UE, ultrapassando o veto da Bulgária.
Mas estas mudanças, em favor da minoria búlgara, significam cedências impensáveis para muitos macedónios do norte.
De visita a Skopje, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reiterou o apoio à adesão da Macedonia do Norte à União e instou o parlamento a adotar a resolução necessária.
"As questões bilaterais, tais como as questões históricas, não são condições para a adesão", disse von der Leyen ao parlamento da Macedónia do Norte. "Não pode haver dúvidas de que o macedónio é a sua língua", disse e acrescentou que a proposta francesa "também respeita a sua identidade nacional", frisando que é tempo de a Macedónia do Norte seguir em frente.
I’m glad to be in Skopje today.⁰
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) July 14, 2022
North Macedonia is a true and reliable partner.
The people of 🇲🇰 have shown their commitment to EU values.⁰
They deserve to see their country move forward on the path to membership. ⁰
The decisive step forward is now for 🇲🇰 to take. pic.twitter.com/yOkRpQmRSH
A dificuldade de vender a proposta de compromisso francesa era evidente, com manifestações no exterior do edifício e dentro do parlamento, enquanto a maioria dos legisladores se manteve respeitosamente e aplaudiu, von der Leyenfoi brevemente interrompida por apitos e gritos.
A proposta, anunciada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, na cimeira da NATO, em Madrid, no mês passado, prevê concessões de ambas as partes. O governo do Norte da Macedónia comprometer-se-ia a alterar a sua constituição para reconhecer uma minoria búlgara, proteger os direitos das minorias e banir o discurso de ódio, como a Bulgária, membro da UE desde 2007, tem exigido.
O social-democrata no poder e primeiro-ministro Dimitar Kovacevski apoiam a proposta como um compromisso razoável. O governo acredita que o acordo não põe em perigo interesses ou identidade nacionais e desbloqueia o caminho para a adesão do país à UE.
A França lembra o país que a escolha decisiva é entre a família europeia para um futuro convergente e de desenvolvimento ou o avanço para o desconhecido.
O governo tem votos suficientes no parlamento para fazer passar a resolução do acordo com a Bulgária, mas a revisão constitucional necessita do voto de dois terços dos deputados e isso não se prevê que possa acontecer.
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Fonte:https://pt.euronews.com/2022/07/15/macedonia-do-norte-ue-protestos-continuam
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