EP, 06/07/2022
"Temos fluxos de gás russos muito limitados", admitiu a ministra austríaca de Energia e Meio Ambiente, Leonore Gewessler, que descreveu a situação como "crítica".
A ministra austríaca de Energia e Meio Ambiente, Leonore Gewessler, acusou na terça-feira a Rússia de usar o suprimento de gás como arma e pediu à população que comece a se preparar para economizar aquecimento no próximo inverno e que a indústria esteja pronta para usar petróleo .
"A Rússia usa o abastecimento de gás como arma", disse à imprensa a ministra, do partido ambientalista Verdes, depois de participar de uma reunião extraordinária do governo para discutir o armazenamento de gás devido à queda de metade do abastecimento russo devido ao Canal Nord Stream1.
"Temos fluxos de gás russos muito limitados", admitiu Gewessler, chamando a situação de "crítica".
Segundo a estatal russa Gazprom, a redução se deve a problemas técnicos devido às sanções da União Europeia à Rússia por sua invasão da Ucrânia.
Atualmente, as reservas armazenadas equivalem a quase 47% do consumo anual da Áustria. Para atingir a meta da União Européia de preencher 80% dos depósitos até novembro, a Áustria precisa receber diariamente gás suficiente para gerar 368 gigawatts-hora (GWh), número que às vezes caiu para menos de 100 a semana passa
No entanto, o fluxo foi normalizado no passado fim-de-semana, pelo que o Governo decidiu não ativar o alarme geral e manter o alarme antecipado, o nível mais baixo dos três do plano de emergência.
A Áustria é um dos parceiros da UE mais dependentes da Gazprom.
Gewessler assegurou que o abastecimento está garantido para já, mas alertou para a "total incerteza" da situação daqui a alguns meses já que, disse, não é possível "saber o que (o presidente russo Vladimir) Putin vai decidir ".
Admitiu que um corte total no abastecimento russo seria muito grave e pediu à população que aproveitasse o verão para submeter os seus sistemas de aquecimento a revisões, algo que poupa até 15% de gás.
Além disso, ele anunciou que as empresas que utilizam grandes quantidades de gás serão obrigadas a adaptar suas instalações para usar fontes alternativas, principalmente petróleo.
O ministro disse que o próximo momento crítico será segunda-feira, dia 11, quando começam os trabalhos regulares de manutenção no Nord Stream 1.
Alemanha
Por seu lado, o ministro alemão da Economia e Proteção Climática, Robert Habeck, apresentou um projeto na terça-feira em caso de ameaça ao fornecimento de gás.
Em Berlim, assegurou que é importante aprovar o projeto antes das férias de verão, já que se vive uma "situação excepcional".
Entre as alterações à Lei de Segurança Energética, Habeck destacou um mecanismo para que as empresas importadoras de gás possam repassar com mais facilidade os aumentos de preços aos seus clientes. Ao mesmo tempo, será criado um mecanismo para que os ajustes de preços sejam compartilhados igualmente entre todos os clientes.
Nenhum dos dois será ativado “automaticamente”, mas terá que mediar uma “decisão política”, especificou.
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