YLE, 18/06/2022
Universidades de países ocidentais estão fechando centros patrocinados pela China nos campi.
Esta semana, a Universidade de Helsinque rescindiu o contrato com o Instituto Confúcio do campus, um centro de ensino especializado em língua e cultura chinesas.
Pequim gostaria de continuar financiando o programa, de acordo com a vice-reitora da universidade, Hanna Snellman.
"Eles perguntaram se consideraríamos negociar uma continuação. Dissemos que não", explicou ela.
O acordo do instituto com a Universidade de Helsinque expira em janeiro próximo.
A Finlândia não está sozinha em sua decisão de deixar a rede Confúcio. Nos últimos anos, dezenas de universidades ocidentais fecharam os Institutos Confúcio por suspeitas de que sejam um braço da máquina de propaganda do governo chinês.
A Suécia e a Dinamarca também fecharam seus Institutos Confúcio.
"Queremos escolher nossos próprios professores e empregá-los nós mesmos. Também queremos que o ensino da língua chinesa seja baseado em pesquisas", disse Snellman.
A embaixada chinesa na Finlândia entrou em contato com a universidade sobre o fechamento.
"Eles gostariam que o instituto continuasse", disse ela.
Na prática, fechar o Instituto Confúcio significa que a Universidade de Helsinque deve agora oferecer seus próprios cursos de língua chinesa. Snellman disse a Yle que a universidade já havia contratado dois professores para o trabalho.
"Queremos fortalecer as habilidades no idioma chinês, pois há uma necessidade maior do que nunca", explicou ela.
Influência sutil
Especializados em língua e cultura chinesas, os Institutos Confúcio têm sido criticados como parte do impulso de poder brando de Pequim. Esses centros surgiram em cerca de 500 campi universitários em todo o mundo.
Funcionários nomeados pelo governo chinês são suspeitos de disseminar propaganda estatal chinesa, tentando reformular as percepções ocidentais sobre a China.
Dois anos atrás, um relatório do programa investigativo da Yle Spotlight descobriu que o Instituto Confúcio de Helsinque tentou limitar a discussão pública de tópicos sensíveis ao Partido Comunista da China, como o Tibete.
O Instituto Confúcio de Helsinque foi estabelecido em 2007. O acordo previa que a Universidade de Helsinque selecionasse e pagasse o salário do diretor do instituto, enquanto o governo chinês nomearia e cobriria os custos de um vice-diretor, bem como três professores de idiomas.
As informações obtidas por Yle indicam que a Universidade de Helsinque considerou o papel do vice-diretor "não acadêmico", enquanto os laços com a embaixada chinesa foram percebidos como muito próximos.
Nota do editor do blog: é muito interessante que ao mesmo tempo em que os países ocidentais tentam minar a influência chinesa abertamente, eles adotam aspectos de controle social do regime chinês, como sistemas de monitoramento de contato (Contact Tracing), e o Sistema de Crédito Social (SCS). Os lockdowns restritos com uso da força militar e policial é uma criação chinesa, e que países como a Austrália aderiram de forma resoluta, sem se importar com as comparações que seriam feitas entre o estado australiano, e o regime chinês. Não há nenhum crítico aludindo a isso na mídia oficial australiana, porque a mídia australiana é totalmente controlada, ou complacente. Mas se alguém fizesse, com toda certeza os políticos australianos fariam de tudo para ridicularizar; já que supostamente a Austrália é adversária da China. Não é dito na matéria, mas a Finlândia também adotou muitas das práticas chinesas, inclusive na Pandemia. Minar a influência de uma entidade estrangeira, como o Partido Comunista Chinês é fácil, eu queria ver é se eles teriam coragem de fazer o mesmo com os partidos socialistas finlandeses, que promovem a mesma ideologia que os ditadores de Pequim.
Artigos recomendados: China e Finlândia
Nenhum comentário:
Postar um comentário