CDD, 27/06/2022
Nesta segunda-feira, foi divulgado o Relatório Mundial sobre Drogas da ONU 2022.
A produção de cocaína atingiu recordes históricos em 2020, com notável crescimento na América do Sul, e a ONU alerta para uma retomada do seu uso após um declínio durante a pandemia de Covid-19, devido ao fato de os confinamentos limitarem os ambientes sociais em que ela é normalmente usada e consumida, informou o portal argentino Infobae citando a agência espanhola EFE.
De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas 2022, publicado nesta segunda-feira pelo Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime, 21,5 milhões de pessoas usaram cocaína em 2020, ou seja, 0,4% da população mundial entre 15 e 64 anos.
Na América do Sul, estima-se que, em 2020, 1,6% da população de 15 a 64 anos, ou seja, 4,7 milhões de pessoas, foram consumidores de produtos de cocaína no ano anterior. Essa estimativa é significativamente superior às estimativas para 2010, quando a prevalência estimada foi de 0,7%, correspondendo a 1,8 milhão de usuários.
Consumo mundial estimado, separado por região
“Os países da América do Sul relataram várias tendências na prevalência do uso de cocaína na última década, com o maior aumento relatado pela Argentina”, afirma o relatório.
No entanto, aponta que os percentuais são relativamente pequenos, variando entre 0,5% e 2% da população adulta nos países que possuem dados de inquéritos domiciliares durante a última década, por isso há uma incerteza estatística para interpretar dados e tendências.
Enquanto em alguns países a prevalência do uso de cocaína parece ser relativamente estável, em outros pode estar aumentando.
Nesse quadro, o Chile é o único país que possui dados de pesquisa para o ano de 2020, em que se observou uma diminuição no uso de cocaína. No entanto, dois estudos online nacionais de grande escala subsequentes mostraram que o declínio foi de curta duração, com o uso de cocaína no Chile em 2021 retornando aproximadamente ao mesmo nível de antes da pandemia.
A evolução do consumo nos países da América do Sul.
A pandemia de Covid-19 foi uma quebra momentânea de uma tendência ascendente que havia elevado o número de consumidores em 32% entre 2010 e 2020, aumento que se explica em parte pelo crescimento da população mundial.
“É provável que o consumo ocasional de cocaína, muitas vezes ligado a atividades recreativas, tenha sido afetado pela pandemia e pelas consequentes medidas de distanciamento social”, refere o relatório em relação à tendência na Europa, uma das principais regiões de consumo.
O Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime diz que há sinais de que o consumo está aumentando após esse hiato.
A verdade é que a produção atingiu um máximo histórico de 1.982 toneladas em 2020, 11% a mais que no ano anterior. Esse recorde foi quebrado apesar do fato de que a área de cultivo global pouco mudou em 2020, na verdade foi 5% menor do que em 2018.
A queda nos hectares cultivados na Colômbia (7%) foi mais do que compensada pelos aumentos no Peru (13%) e na Bolívia (15%), segundo o relatório. Ao todo, a Colômbia, com 61% do total, continuou sendo o país do mundo com a maior proporção de coca.
O relatório faz menção especial aos resultados das diferentes estratégias de erradicação das culturas.
Embora a eliminação forçada cause um decréscimo inicial nas lavouras, este aumenta posteriormente a uma taxa maior do que nas áreas onde a erradicação foi aplicada pela implantação de produtos alternativos.
De acordo com a ONU, a longo prazo “as colheitas ilícitas diminuíram em maior medida em áreas com erradicação voluntária e desenvolvimento alternativo”.
Os dados das apreensões indicam que o tráfico está se expandindo para a África e a Ásia, além dos dois grandes mercados tradicionais na Europa e na América do Norte.
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Fonte:http://www.cabildeodigital.com/2022/06/produccion-mundial-de-cocaina-marco.html
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