Euronews, 30/06/2022
O que para uns é motivo de comemoração, para outros, junto comunidade curda, é motivo de preocupação.
A Suécia e a Finlândia vão aderir à NATO, mas para chegar à Aliança Atlântica tiveram de conseguir libertar-se de um veto turco.
Assinaram um memorando que responde às preocupações de Ancara, mas que deixa os curdos, que entendem que foram feitas demasiadas concessões, desconfortáveis.
Em entrevista à Euronews, o chefe da diplomacia finlandesa, Pekka Haavisto, tentou acalmar o clima de tensão.
"Não estamos a mudar a nossa legislação na Finlândia. A Suécia não está a mudar a sua legislação. Concordámos com alguma cooperação entre as nossas autoridades, mas estamos a seguir as nossas próprias leis em matéria de direitos humanos, exportação de armas e assim por diante. Não penso que este tipo de cooperação reforçada entre as autoridades seja uma coisa má. Vamos tornar-nos membros da mesma aliança militar", sublinhou Pekka Haavisto.
De acordo com o memorando, Finlândia e Suécia garantem plena cooperação contra os combatentes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), um inimigo do presidente turco, e aliados.
Vão reforçar a legislação contra o "terrorismo" e a extradição de diversos ativistas curdos que foram acolhidos nos dois países.
Os aliados da NATO estão confiantes no futuro.
"A Suécia e a Finlândia são parceiros democráticos confiáveis que têm sido referências quando se trata de direitos humanos e Estado de Direito. Por isso, tenho plena confiança de que não sacrificariam os princípios básicos que defenderam tão inflexivelmente nos anos anteriores. Penso que eles encontraram a linguagem e as decisões que ainda mantêm a posição de princípio, mas que permitem aderir ao que a Turquia estava a pedir", explicou Gabrielius Landsbergis, ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia.
Com este memorando, Helsínquia e Estocolmo confirmaram também que o Partido dos Trabalhadores do Curdistão é uma organização proscrita e ainda que "não darão apoio" aos grupos que atuam na Síria.
A Finlândia e a Suécia cederam igualmente em levantar o embargo à venda de armas com destino à Turquia.
Nota do editor do blog: muitos dos "refugiados" sírios que cometeram terrorismo na Europa ficaram na Turquia, e a própria Turquia não sofreu quase nenhum atentado do Estado Islâmico. Erdogan estava focado em manter o fluxo de refugiados sob controle, quando precisava de mais dinheiro, ou fluente, quando não atendiam sua demanda. O máximo que Erdogan fez na Síria e no Iraque foi atacar posições curdas, com medo de que a pequena nação se expandisse, e se tornasse mais forte, de modo a afrontar o estado turco. Erdogan é tudo, menos democrático, e a permanência da Turquia na OTAN é uma grande contradição. O líder turco, além de ser um grande incentivador da tortura em massa, também é afeto do terrorismo islâmico palestino. Ele envia dinheiro ao grupo terrorista do Hamas há anos, e coopera com o regime iraniano volta e meia. Se Erdogan conseguir a legitimidade que quer, ele poderá faze o que quiser com os curdos, e se aliar com quem quiser para expandir sua influencia, e ter voz no cenário internacional, principalmente no Oriente Médio.
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Fonte:https://pt.euronews.com/my-europe/2022/06/30/nato-concessoes-da-finlandia-e-suecia-preocupam-curdos
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