Nltimes, 24/06/2022
As empresas holandesas C&A, Tommy Hilfiger, Nike e Calvin Klein ainda importam e vendem roupas feitas por trabalho escravo uigur em campos de concentração chineses, informou o Nederlands Dagblad com base nos dados de remessas comerciais das empresas.
A Nike Europe, com sede em Hilversum, é a maior culpada. Entre janeiro de 2021 e março de 2022, impressionantes 97% de suas entregas de algodão vieram de fábricas que usam trabalho forçado, segundo relatórios e observadores internacionais.
Mais da metade dos carregamentos de algodão da Tommy Hilfiger vieram de campos de concentração chineses e cerca de um terço dos da Calvin Klein. A sede dessas duas empresas fica em Amsterdã.
A empresa holandesa C&A lucra em menor escala com os maus-tratos do povo uigur, segundo o jornal. Cinco por cento das entregas de algodão da empresa para a Holanda e Alemanha vieram de fábricas suspeitas de trabalho forçado.
Em dezembro, a organização europeia de direitos humanos ECCHR apresentou uma queixa ao Ministério Público contra essas e outras empresas, acusando-as de trabalho escravo devido à importação de algodão. Em fevereiro do ano passado, o Tweede Kamer, a câmara baixa do parlamento holandês, rotulou oficialmente o tratamento da China aos uigures como genocídio.
Os uigures são os habitantes originais da região chinesa de Xingjiang. Muitos milhares de uigures e outros muçulmanos são mantidos no que a China chama de “campos de reeducação” na área e são forçados a trabalhar lá.
Nota do editor do blog: essas autoridades demoraram muito para descobrir uma situação que deveria estar debaixo de seu escrutínio, pois elas existem exatamente para acompanhar as empresas, e verificar quais são as suas práticas, e se estão em conformidade com a lei internacional. O fato de estarem agindo somente depois que o caso se tornou um escândalo internacional, só demonstra a cumplicidade, e a conveniência tardia em relatar os fatos. Essas empresas agora são marcas famosas e gigantes, elas deveriam pagar cada centavo ganho com seus produtos, ou serem expulsas do mercado. Porém, elas não são as únicas que deveriam ser expulsas do mercado: o próprio governo chinês pratica isso como uma entidade estatal. Os países que comercializam com a China são duas vezes mais cúmplices do que essas empresas, que estão debaixo de seu aparato jurídico, mas que não correspondem no comércio nem a metade do que de fato os estados os quais elas representam.
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Fonte:https://nltimes.nl/2022/06/24/dutch-shops-selling-clothes-made-uyghurs-concentration-camps
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