BioBio, 01/06/2022
Por Florence Ortiz
Projeto de eutanásia, saúde mental e plano de resolução das listas de espera, foram alguns dos temas que marcaram a primeira (prestação de) Conta Pública do presidente Gabriel Boric sobre saúde.
O presidente Gabriel Boric se referiu em sua primeira (prestação de) Conta Pública a avanços na saúde, como a urgência que será colocada no projeto de lei que estabelece o direito à eutanásia no Chile.
“Estamos comprometidos com o direito aos cuidados paliativos e a uma morte digna. É por isso que hoje apresentaremos a urgência da tramitação do projeto de lei que estabelece o direito à eutanásia no Chile, por meio de um processo de consentimento expresso, livre e informado. Respeitando quem está doente”, disse o presidente.
Boric disse ainda que “em matéria de saúde, no caminho das grandes reformas, sabemos que não começamos hoje. Reconhecendo o progresso substancial feito durante os governos do ex-presidente Ricardo Lagos e da ex-presidente Michelle Bachelet, sabemos que chegou a hora de uma reforma abrangente do sistema de saúde".
Fundo Universal de Saúde
Nesta linha, o presidente indicou que apresentarão "um projeto de lei que criará um Fundo Universal de Saúde, com o objetivo de gerar maior equidade no acesso aos serviços, melhorar o atendimento, aumentar a solidariedade no financiamento do sistema e reduzir os gastos das famílias ”.
Junto a isso, o presidente indicou que “vamos reduzir o copagamento no sistema público de saúde para as pessoas das seções C e D do Fonasa, beneficiando mais de 6 milhões de pessoas”.
“Aqui somos guiados por uma convicção que imagino que adquira quando visitar os seus distritos, que é a de que a saúde não pode continuar a ser um negócio. Você não pode mais discriminar entre ricos e pobres. A saúde é um direito e é assim que vamos garanti-la”, afirmou o presidente Boric.
Resolução sobre listas de espera
“Já retrocedemos muito em termos de lista de espera. A pandemia foi, sem dúvida, decisiva nisso. E o povo do país que espera resolver mais de 330 mil cirurgias com uma média de 602 dias de espera, no caso de cirurgias eletivas. Esses números de compatriotas não são toleráveis”, disse Boric.
A isto acrescentou que este ano vão implementar "um plano para resolver as listas de espera cirúrgica que contempla o lançamento de três Centros Regionais de Resolução para grandes cirurgias ambulatoriais em Coquimbo, Valparaíso e La Araucanía, atingindo sete centros até 2023".
"Ao final de nosso mandato, garantiremos que todas as cirurgias oncológicas sejam resolvidas em menos de 90 dias e todas as cirurgias de alto risco sejam resolvidas em seis meses", acrescentou.
Boric se refere à saúde mental na primeira Conta Pública
O chefe de Estado também falou sobre saúde mental e que esta será uma prioridade em seu governo.
“Começaremos construindo 12 Centros Comunitários de Saúde Mental com um investimento de 36.000 milhões de pesos a partir deste ano em San Antonio e em 2023 com Antofagasta e Iquique”, explicou o presidente.
Disse ainda que “vamos reforçar o Programa de Apoio à Saúde Mental Infantil duplicando as suas comunas e alargando a cobertura para 3 e 4 anos”.
“Compatriotas, sabemos que a pandemia não acabou. A vacinação, assim como as medidas sanitárias, continuam a ser uma prioridade para o enfrentamento da covid-19 e é dever do nosso governo garantir a disponibilidade e fornecimento de vacinas”, disse o presidente.
Nota do editor do blog: Boric promete jorrar dinheiro na saúde pública, ao mesmo tempo em que oferece maior acesso a eutanásia. Tenham em mente que isso nunca para em questões de doença terminal, pois o intuito é que seja a solução para tudo. Obviamente, o aborto também estará fazendo parte do pacote, pois eles tratam esse ato criminoso como sendo "uma questão de saúde pública". Assim, Boric é o cara que quer dar saúde para o povo, mas investindo também em sua morte. A parte interessante é que a nova constituição estipula que o Chile é um estado plurinacional, ou seja, ele terá administrações descentralizadas do governo central, o que significa que o dinheiro será dos "estados países" dentro da república chilena. Com todo esse investimento, Boric garantirá que todos estejam satisfeitos, mesmo sabendo que esses recursos podem não chegar na população? Ele está ciente também que, cada uma dessas "nações" podem estipular o salário dos médicos, e que caso eles não recebam o suficiente pela demanda que têm de cobrir, exigirão mais salários, ou se despedirão? Será que ele já se perguntou o custo de vida de um médico no setor público? Ou ele pensa que os médicos vão para o setor privado porque são gananciosos? O sistema público é ruim porque tem a mão do Estado, e quando o Estado administra algo, as chances de dar errado são imensas. Saúde não pode ser um direito, pois significa que por lei ela será regulada em uma ampla gama de diretrizes burocráticas e jurídicas. Põe em risco a autonomia dos cidadãos, e encarece a máquina pública. Se o Chile passar por uma crise financeira, seguida de uma crise de saúde (real), as pessoas vão sobrecarregar os hospitais públicos, e os médicos não suportarão a carga. Tudo porque a má administração financeira do Estado leva ao colapso do sistema de saúde, não por falta de investimento, mas por consequência da corrupção e incompetência do governo em toda a máquina pública. Os chilenos vão descobrir porque os venezuelanos fogem do país deles.
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