Euronews, 21/06/2022
A Bélgica repatriou 16 crianças - filhas de jihadistas - e seis mulheres adultas.
Com nacionalidade belga, estavam detidos num campo no nordeste na Síria, sob controlo curdo, desde a queda do califado do autoproclamado Estado Islâmico.
Os menores têm 12 anos ou menos e, à chegada à Bélgica, foram colocados ao cuidado dos serviços de proteção infantil.
As mães, combatentes já condenadas a penas de até cinco anos de prisão, foram levadas para a cadeia, como explicou, esta terça-feira em conferência de imprensa, o procurador-geral belga Frédéric Van Leeuw: "as mulheres foram transferidas para diferentes prisões depois de lhes ser dada a oportunidade de se separarem das crianças em condições decentes."
Esta é a segunda operação do género. A primeira, em julho de 2021, trouxe dez crianças e seis mães para a Bélgica.
Em março desse ano, o primeiro-ministro belga tinha prometido "fazer tudo" para o repatriamento de filhos de combatentes radicalizados.
A par de França, a Bélgica é um dos países europeus com mais combatentes nas fileiras de organizações jihadistas. São acima de 400.
Os eurodeputados elogiam este passo e apelam a que outros Estados-membros sigam o mesmo caminho, para evitar radicalização de crianças.
"A cada dia que passa, a insegurança nos campos também cresce. Ainda existem grupos radicalizados e mulheres radicalizadas a tentar recuperar essas mulheres e crianças europeias. Então é algo a que se deveria dar mais atenção, também a nível europeu, porque quando falamos em segurança da União Europeia devemos também olhar para o que está a acontecer lá fora e tratar disso", ressalvou a eurodeputada belga Saskia Bricmont, do grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia.
A organização não-governamental Save the Children fala em mais de 7300 crianças de 60 países presas em campos e expostas à sombra do jihadismo.
Motivo pelo qual se pede que se acelerem os repatriamentos.
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