Euronews, 09/05/2022
Por Sandor Zsiros
No Dia da Europa, assinalado esta segunda-feira, o Parlamento Europeu, em Estrasburgo, encheu-se de jovens.
Peças-chave na injeção de sangue novo no continente fecharam - ao ritmo da dança - a Conferência sobre o Futuro da Europa, um evento que procurou dar voz aos cidadãos, para partilharem ideias.
As 49 propostas finais foram hoje entregues aos líderes europeus. A cerimónia marcou o fim de um ciclo de debates cidadãos ao longo de um ano, em diferentes áreas.
Grande parte das propostas diz respeito ao dia-a-dia dos cidadãos, à economia, emprego e alterações climáticas. As mais polémicas sugerem reformas nos processos de tomada de decisão da União Europeia, como explicou à Euronews Omri Preiss, da organização cívica Alliance 4Europe: "estamos a trabalhar para colocar em cima da mesa a abolição do veto no Conselho Europeu porque estamos a perceber que por causa do veto a Europa simplesmente não pode agir."
Atualmente, os 27 Estados-membros precisam de unanimidade para tomar decisões em matéria de política externa e em cimeiras europeias.
Em situações de crise, como a guerra na Ucrânia, o processo atrasa as decisões, como se tem verificado com as sanções da União Europeia contra a Rússia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apoia a mudança: "sempre disse, por exemplo, que a unanimidade já não faz sentido em alguns domínios, se quisermos avançar mais rápido."
Para que a mudança aconteça tem de haver alterações aos tratados, mas este passo conta com a oposição de 13 Estados-membros. Um documento assinado por esses países alerta para o lançamento de "tentativas irrefletidas e prematuras de iniciar um processo de mudança dos tratados", entre alegações de que "isso tiraria a energia política de encontrar soluções para as preocupações dos cidadãos."
As recomendações da Conferência sobre o Futuro da Europa não são legalmente vinculativas.
Nota do editor do blog: os jovens líderes da União Europeia são contra o poder do veto, porque para eles, uma maioria para votar em comum acordo uma questão impede que a agenda avance. Assim sendo, eles querem impor as decisões políticas que agradem a presidência da Comissão, e impedir que os outros países pulem do barco de um engajamento político. Do setor energético a educação, também passando pela saúde e mobilidade, praticamente tudo a União Europeia quer controlar. Nenhum setor da vida nacional dos países está longe do longo braço burocrático da União Europeia. A União Europeia quer literalmente gerenciar os cidadãos de todos os países. Isso só é possível hoje por causa da tecnologia, 15 anos atrás isso não era possível, mas hoje é. As propostas "modernizantes" dos políticos europeus, e da sua juventude globalista nada mais são do que um apelo a maior abolição das soberanias. O veto ao menos é essa falsa segurança, mas nem isso eles querem permitir. Ou a coesão, ou a imposição. Fazer parte da União Europeia significa viver uma lenta marcha pela perda da soberania. Não passa de um suicídio por microdosagens.
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