RBN, 04/05/2022
Por Ian Miles Cheong
Conforme detalhado pela VICE, os pesquisadores levantaram sérias preocupações sobre como os dados de localização podem ser (fornecidos) anônimos e usados para rastrear indivíduos específicos.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças supostamente compraram acesso a dados de localização coletados de dezenas de milhões de telefones nos Estados Unidos para realizar uma análise de quantas pessoas estavam seguindo os mandatos de bloqueio e toque de recolher da agência.
De acordo com a VICE , que adquiriu documentos recém-expostos do CDC, a agência usou os dados de localização do telefone para rastrear os padrões de pessoas que frequentam as escolas no K-12, o cumprimento do toque de recolher e, mais especificamente, para monitorar a eficácia das políticas de saúde na (região de) Nação Navajo.
“Os documentos também mostram que, embora o CDC tenha usado o COVID-19 como motivo para comprar acesso aos dados mais rapidamente, ele pretendia usá-lo para uma série de outras finalidades”, informou a VICE.
Os dados de localização são informações armazenadas pelo seu telefone que podem fornecer detalhes sobre sua localização, incluindo onde você trabalha, onde mora e os lugares que visitou – e por quanto tempo. Normalmente, esses dados são usados pelo Google Maps, Uber e outros aplicativos e serviços de rastreamento que exigem informações de localização de um usuário para fornecer serviços de entrega ou mapeamento.
No caso do CDC, a agência governamental estava usando os dados para rastrear os padrões de comportamento em um grande segmento da população.
Conforme detalhado pela VICE, os pesquisadores levantaram sérias preocupações sobre como os dados de localização podem ser (fornecidos) anônimos e usados para rastrear indivíduos específicos.
O CDC usou os dados para monitorar o (cumprimento do) toque de recolher, com os documentos dizendo que os dados do SafeGraph “foram críticos para os esforços de resposta em andamento, como monitoramento de hora em hora da atividade nas zonas de toque de recolher ou contagens detalhadas de visitas às farmácias participantes para monitoramento de vacinas”. Os documentos datam de 2021.
Eles obtiveram os documentos por meio de uma solicitação da Lei de Liberdade de Informação [um tipo de lei de acesso a informação] (FOIA) com o CDC.
Os documentos contêm uma longa lista do que o CDC descreve como 21 “potenciais casos de uso de dados pelo CDC”. Eles incluem:
- “Rastreie os padrões daqueles que visitam as escolas no K-12 e compare com 2019; compare com as métricas epi [Índice de Desempenho Ambiental], se possível.”
- “Exame da correlação de dados de padrões de mobilidade e aumento de casos de COVID-19 [...] Restrições de movimento (fechamento de fronteiras, toques de recolher inter-regionais e próximos) para mostrar conformidade.”
- “Análise da eficácia das políticas públicas (de restrições e vacinas) sobre [a] Nação Navajo.”
Separadamente, a Electronic Frontier Foundation obteve documentos relativos à compra de produtos de dados de localização pelo CDC de outra empresa chamada Cubeiq, bem como os documentos SafeGraph. Esses documentos, em particular, mostram que o CDC solicitou acelerar a compra de dados da Cubeiq por causa da disseminação do COVID-19 e “pretendia usá-los para fins não relacionados ao COVID-19”.
O artigo entra em mais detalhes sobre o uso dos dados de localização pelo CDC, que inclui pontos de pesquisa de interesse para atividade física e prevenção de doenças crônicas e outras preocupações de saúde pública.
Nota do editor do blog: para entender a expressão "K12" utilizado no terceiro parágrafo da matéria clique aqui!
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