Euronews, 27/05/2022
A credibilidade da União Europeia na aprovação das sanções como resposta à agressão russa da Ucrânia está em causa, já que os Estados membros não conseguiram ainda aprovar propostas sobre um embargo petrolífero russo.
Um dos principais obstáculos é a Hungria, que não aceita o embargo petrolífero proposto pela Comissão Europeia. O primeiro-ministro, Viktor Orban, argumenta que isso iria prejudicar seriamente a economia do seu país e pede mais tempo e mais dinheiro.
O primeiro-ministro da Bélgica disse à Euronews que o governo de Budapeste não é o único a pedir soluções para países específicos, mas pensa que é possível chegar a um consenso.
Alexander De Croo afirmou: "Penso que é possível ultrapassar isto, mas precisamos de ter respostas para as preocupações, que penso serem preocupações legítimas. E estas preocupações não são apenas as preocupações da Hungria, são preocupações de todos os cidadãos europeus. A política externa só pode sobreviver se a classe média ainda for capaz de a defender. Quer dizer, manter o poder de compra da nossa população é uma coisa importante porque receio que estejamos num longo período de instabilidade e precisamos de ter a certeza de que as pessoas não estão a sofrer demasiado".
Entre os países que estão a pedir ajuda está também a Bulgária.
Kiril Petkov, o primeiro-ministro búlgaro, afirma: "Não se pode construir uma refinaria de petróleo da noite para o dia, ou criar um novo oleoduto durante a noite. Mas, no entanto, nós, enquanto Bulgária, apoiaríamos plenamente um consenso geral. Queremos apenas ter a derrogação especial até ao momento em que pudermos gerir, ter uma alternativa. Mas também demonstrámos que temos sido muito duros em algumas das medidas que já foram tomadas, incluindo o congelamento das reservas bancárias da Federação Russa".
Ainda que não esteja oficialmente na ordem de trabalhos, a questão deverá dominar a cimeira que dos chefes de Estado e de Governo da UE, na segunda-feira e na terça-feira da próxima semana, mas não há grandes esperanças de acordo entre os 27.
The deadlock over banning Russian oil won't be "solved" at next week's EU summit, European Commission President Ursula von der Leyen told us.https://t.co/7ZJDg8IcWc
— POLITICOEurope (@POLITICOEurope) May 24, 2022
Mas fontes da UE dizem que o pacote das sanções não será alterado de forma a minar a sua força apenas para o aprovar - dizem que levará o tempo que for necessário para garantir que o mesmo vise receitas lucrativas para a Rússia.
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