6 de mai. de 2022

Estará a União Europeia apta para a nova geração? – Futuros escravos precisam defender sua escravidão




Euronews, 06/05/2022 



Primeiro a pandemia; agora a guerra na Ucrânia. A União Europeia vive os maiores desafios da sua história.

Oradores de todo o mundo abordaram, em Florença, na conferência sobre "O Estado da União", o momento atual, tentando responder à questão: Estará a Europa apta para a próxima geração?

Para além de encontrar soluções, é preciso, em permanência, superar as diferenças e promover a unidade.

Roberta Metsola, a presidente do Parlamento Europeu, afirma: "Para mim, estes dias são os mais importantes, essa unidade precisa de continuar, deve ser projetada e, se não o fizermos, então, não teremos falhado apenas a uma população corajosa que luta pela Europa, que luta pela sua integridade territorial, pela sua soberania contra o ataque e invasão mais brutais por parte da Rússia, mas também teremos falhado como líderes políticos".

O Estado de direito, a migração e a crise climática foram algumas das principais questões do primeiro dia de conversações e a guerra na Ucrânia trouxe para o topo da agenda a política energética dos 27.

Jos Delbeke, do Instituto Universitário Europeu, diz que: "A boa notícia é que aquilo que fazemos já hoje, para implementar a nossa política climática, vai na mesma direção porque reduz a nossa dependência dos combustíveis fósseis, e particularmente do gás, petróleo e carvão que estamos a importar da Rússia".

A vice-primeira-ministra belga, Petra de Sutter, acredita que as lições aprendidas no passado pelos governos nacionais podem abrir novas oportunidades.

"Juntos somos mais fortes e podemos ter melhores condições, como aconteceu com a vacina. A Europa mostrou que podia comprar vacinas de forma coordenada; talvez o possamos fazer no campo da energia, mas é o passo seguinte, claro, pedir aos estados-membros que renunciem a alguma da sua soberania", afirma.

A segurança e as mudanças na ordem mundial também foram temas de reflexão.

Alexander Stubb, do Instituto Universitário Europeu declara: "De fato, num mundo onde tudo pode servir de arma, a economia, as finanças, a informação, a energia, a tecnologia, então a Comissão Europeia e a União Europeia podem, de fato, ser muito mais geopolíticas, pelo que podem usar as sanções como arma, podem, de facto, usar a regulamentação".

"Manter o debate é crucial em tempos de crise. Passaram dois anos desde o início da pandemia com o bloco a enveredar pelo caminho de recuperação só recentemente. Mas a sensação aqui é que por trás de cada desafio há uma oportunidade de crescimento e que a Europa tem obrigatoriamente de estar pronta para o que se avizinha", conclui a repórter da Euronews, que acompanhou os trabalhos da conferência, Giorgia Orlandi.

Nota do editor do blog: para os políticos europeus, momentos de crise exigem maior engajamento na causa europeia. Esqueça países e o Unilateralismo, isso é coisa do passado no qual alguns políticos nostálgicos (segundo eles) ainda se agarram. O tempo mostrou que as dificuldades e obstáculos são maiores do que tudo, e que somente sob essa organização a Europa poderá ficar a salvo, pois com todos unidos em uma geopolítica comum é que a Europa estará a salvo. Por isso, desde as políticas verdes sobre Mudanças Climáticas, até os sistemas de saúde integrados na nova plataforma continental da União Europeia, tudo terá de estar sujeito a regulação dos burocratas de Bruxelas. Para alcançar seus objetivos, é claro, um pequeno preço terá de ser pago: as soberanias nacionais, ou o que ainda restou delas. A cada vez mais abrir mão de sua soberania, os líderes que se engajam ingenuamente não percebem o precedente que estão abrindo, pois segundo a própria União Europeia "as sanções são uma arma". Mas essa não é uma afirmação de precedente, ela já é um fato dentro da Comissão por reiteradas vezes ser usada nas finanças para punir países, tais como, Hungria e Polônia. Os burocratas não erram o alvo, para eles a única soberania existente deve ser a europeia, todas as demais são dispensáveis. Quaisquer ações geopolíticas dissonantes devem ser eliminadas com sanções. Mas para piorar, os burocratas sugerem uma força militar europeia, e uma força policial em larga escala. Se essa força arbitrária existir para servir ao alto-comissariado de Bruxelas, isso significa que ela também servirá para problemas internos. E eu não duvido que "dissidência" caia nessa categoria. Vocês estão entendendo a furada que é fazer parte da União Europeia? Contudo, a geopolítica da União Europeia não se resume somente a sujeitar os estados vassalos a suas ordens, ela quer protagonismo global, e assim, ela se engajará em causas para além de suas fronteiras, tais como o interesse sempre vivo dos europeus pela Internacionalização da Amazônia. Se danos ao meio ambiente for tido como "ecocídio", não vai demorar para que forças estrangeiras estejam aptas a intervir em outros países, com a desculpa de parar um dano irreparável aos recursos naturais, os quais obviamente eles não vão preservar para o planeta, mas para si. A insistência da política energética verde da União Europeia, mais a precipitação em se livrar rapidamente do gás russo, sem meios reais e rápidos para suprir as necessidades energéticas dos países, vai levar a Europa ao caos, mas isso só acontecerá se os líderes forem condescendentes com a agenda energética de Bruxelas. Sem controle de fronteiras, imigração, saúde ou finanças. No fim, a velha e empoeirada soberania é a única coisa que poderá manter os europeus vivos. Mas até isso a União Europeia quer tirar deles. Pobres coitados. 

Artigos recomendados: União Europeia e Nova Ordem Mundial 


Fonte:https://pt.euronews.com/2022/05/06/estara-a-uniao-europeia-apta-para-a-nova-geracao

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